domingo, 20 de setembro de 2009

You Are Not Alone (tradução)

Mais um dia se passou e eu continuo sozinho
Como pode ser? Você não está aqui comigo
Você nem se despediu, alguém me diga por que
Você teve que partir e deixar meu mundo tão frio?

Todo dia eu sento e me pergunto
Como o amor foi se esfriar
Alguma coisa sussurrou no meu ouvido e disse

Que você não está sozinho
Eu estou aqui com você
Mesmo você estando distante
Eu estou aqui para ficar

Você não está sozinho
Eu estou aqui com você
Mesmo nós estando distantes
Você sempre estará em meu coração
Você não está sozinho

Sozinho, por que, oh...

Faz poucas noites eu achei ter ouvido seu choro
Pedindo para voltar, e te envolver nos meus braços
Eu posso ouvir suas preces, suas cruzes eu carregarei
Mas primeiro eu preciso da sua mão, para eternamente poder começar
(rpt 1,2,3)

Oh... Sussurre três palavras e eu virei correndo
Voando... E menina você sabe que eu estarei lá
Eu estarei lá

Não está sozinha
Você não está sozinha, você não está sozinho...

É só me procurar baby
De manhã de noite
Você não está sozinha, não está sozinho
Você e eu, não estamos sozinhos, oh, juntos, juntos...

Em Espírito e em verdade

Para pensarmos nossa relação com Deus...

Alguém me disse que a proposta de Jesus não vingou na história. Ao ensinar que Deus é Espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade, estava respondendo uma pergunta da mulher samaritana que queria saber o lugar certo de adorar.

A pergunta da samaritana fazia sentido para uma mente religiosa, que aprendeu a se relacionar com Deus a partir de lugares, pessoas e rituais sagrados. A religião faz isso mesmo, oferece uma forma e um conjunto de regras para que a relação com o divino aconteça da maneira correta. As pessoas precisam de dias, horas, atividades e lugares específicos onde materializar a pessoa e a presença de Deus. Precisam também de pessoas sagradas, que representem Deus, ouçam a voz de Deus e falem em nome de Deus.

Parece coisa de criança, que quando pergunta quantos dias faltam para a a Páscoa, a gente tem que mostrar os quadradinhos do calendário ou colocar um montinho de palitos de fósforo, que vão sendo subtraídos a cada dia, e então a gente diz: "falta um monte assim". A mente humana tem necessidade de dar forma, mensurar e delimitar, para poder avaliar, contabilizar e controlar.

Quando a samaritana perguntou a respeito do lugar certo para adorar, na verdade trazia uma afirmação nas entrelinhas de sua questão: existem regras que explicam como Deus funciona. Este é o pensamento mecânico, de causa e efeito, do tipo "se, então": se eu sou fiel no dízimo, então Deus me abençoa; se eu sou assíduo aos cultos, então vou crescer na fé; se eu leio a Bíblia todo dia, então terei sabedoria; se obedeço a Deus, então ficarei livre das desgraças; se eu me santifico, então minha adoração será recebida por Deus; se, então, se, então...

Mas Jesus não acreditava nisso. Sua proposta foi radical. Ensinou que jamais alguém deveria tentar confinar Deus a um lugar, um ritual, uma doutrina, uma idéia, uma forma e muito menos uma fôrma. No lugar da objetividade do relacionamento que pode ser medido e verificado, Jesus propôs a subjetividade da intimidade que ocorre na dança da Santíssima Trindade: adorar ao Pai, no espírito que é Santo, e no Filho que é a verdade. Não é tanto uma questão de regras de adoração para que Deus funcione, mas das coisas do coração, que como disse o filósofo, tem razões que a própria razão desconhece.

Não concordei com aquele alguém que me disse que a proposta de Jesus não vingou na história. Mas devo admitir que vingou em muito menos gente do que nossas estatísticas religiosas contabilizam.

2009 | Ed René Kivitz