quarta-feira, 1 de julho de 2009

Espiritualidade e liberdade

“A fatalidade do homem repousa no fato de ter-se separado de Deus no exercício de sua liberdade e ter-se desencontrado consigo mesmo e, por isso, agora a sua libertação consiste em poder novamente encontrar-se a si mesmo no amor de Deus e a partir dele determinar a sua vida.”

Dicionário teológico


“Deus é a liberdade do homem. E o nome de Jesus nos conduz para este espaço de liberdade, de libertação. Esta lembrança de que cada ser humano não tem que se submeter a pessoa alguma. Ele tem dentro de si um espaço feito para liberdade. Um espaço de liberdade que é também um espaço de cura.”

Jean Yves Leloup

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Não ser ninguém além de si num mundo que dia e noite se esforça ao máximo para transformá-lo em uma pessoa igual a todas as outras significa entrar na mais dura das batalhas que um ser humano pode enfrentar, e nunca deixar de luta .”

E.E Cummings


“O Espírito do Senhor está sobre mim[...] para pôr em liberdade os cativos.”

Lc 4,19


“Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor , aí há liberdade.”

II Cor3,17


“É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão [...] Vós irmãos fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais.”

Gálatas 5, 1.13


A verdadeira espiritualidade gera liberdade em nós.Todas as áreas de nossa vida são reestruturadas por esta realidade, a existência toma um novo sentido quando partimos desta premissa, ou seja, a vida em Deus tem um ponto de partida singular, Seu amor restaurador.

A experiência pessoal com Jesus nos vira do avesso, insere-nos numa outra dinâmica de vida, conduzida não mais por nossos egos, mas sim por seu Espírito, que produz em nós uma nova consciência, um novo coração, sentimentos e afetos resignificados. O Espírito Santo trabalha em nós, tecendo em nosso ser a imagem de Jesus (II Cor 3,18). Dentre todas as ações que o Espírito Santo realiza em nós, uma das obras mais esquecidas é a liberdade, em todos os sentidos que este conceito pode abarcar.

Quando permitimos que o Espírito Santo perpasse nossas vidas, somos libertados de nossos cativeiros existenciais e físicos; nossa espiritualidade toma novos contornos; uma nova postura diante da vida e de si mesmo é estabelecida; um novo coração e uma nova imagem de Deus encontra lugar em nosso ser. Que obra extraordinária o Espírito Santo realiza em corações que se deixam trabalhar. Como artesão Ele vai retirando as arestas e os excessos de nossas concepções tão engessadas e passadas, que já perderam seu significado e que entorpecem nossa espiritualidade tão sedenta do “Deus vivo.”

Infelizmente muitos temem viver esta liberdade no Espírito. Preferem ensimesmar-se, guardar-se em seu aquário existencial, ao invés de se lançarem no mar que é a graça de Deus, que se derrama abundantemente sobre nós.

A espiritualidade do aquário é tranqüila, sem novidades, confortável, mas também sem significado algum. Quando nos lançamos na espiritualidade do mar encontramos reveses, dissabores, dores, lágrimas, trabalho árduo e disciplina, mas são incontáveis as graças que se derramam sobre a vida daqueles que buscam viver assim, lutando para transcender barreiras que parecem ser intransponíveis.

Fica a seu critério escolher o tipo de espiritualidade que pretende viver: uma espiritualidade doente, esquizofrênica e alienada, ou uma espiritualidade bonita e sadia, que faz bem para alma, para os relacionamentos , ambiente de trabalho e todas as dimensões da vida. Mas lembre-se que esta espiritualidade não vai agradar muito, você não será compreendido muitas vezes, aqueles que se acham religiosos demais vão torcer o nariz diante de você, e de sua nova forma de encontrar Deus.Diante desses percalços fique tranqüilo, pois o Deus que tudo vê e tudo sabe, conhece suas reais motivações e sua sede de amor , do Seu amor.Faço minhas as palavras de Karl Hanher : “O cristão de amanhã será um místico, alguém que experimentou alguma coisa, ou não será nada.”


Diego Vainer@2009

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