Quem não se ama não sabe amar ninguém.
Ser pessoa é antes de tudo ter consciência: “Eu sei quem sou eu. Tenho diante de mim minhas dificuldades, mas eu me aceito!” Conversão é tomar posse daquilo que se é. Por isso, Deus não pode trabalhar com uma pessoa mascarada, que não se aceita.
Não existe cristão se ele não se aceitar do jeito que é. Você é o que é, e a sua conversão passará por aquilo que você é!
Jesus quando viu Maria Madalena fez com que ela voltasse a ver aquilo que ela era, não uma prostituta, mas uma filha de Deus projetada por Ele; não aquilo que a sociedade criou.
Nós caímos muito nos artifícios que nos são apresentados. Nossa vida se ilumina por novidades e gostamos muito do estético. E seguimos aquilo que é diferença, não somos fã da disciplina.
Corremos atrás de coisas e duas semanas depois vemos que realmente aquilo não era tão bom como parecia.
Por que os artistas não permanecem muito tempo casados? É por causa disso. Querem respostas rápidas, românticas, buscam o brilho eterno e acabam desanimando. Então, o outro começa a decidir por nós e ficamos perdidos. Muitas pessoas, ora dão um testemunho de que acreditam em Deus ora, passado um tempo depois, já dizem acreditar em Buda, depois em Maomé, e mais tarde na energia [cósmica]... Não ficam presas a nada.
Cuidado para não seguir somente as vaidades. Somos vaidosos, mas não podemos ser levados pela vaidade. Não invente um personagem, seja aquilo que você é. Seja autêntico, assim você provoca autenticidade nas pessoas a seu redor. Procure ser aquilo que Deus o fez. Se você está correndo atrás de porcaria cuidado para não acabar deixando de ser aquilo que Deus fez de você.
Deus acontece plenamente no nosso coração quando nós nos permitimos ser aquilo que somos. A nossa divindade só acontece na participação.
Não seja aquilo que dizem que você é. Parece estranho, mas não podemos dar aquilo que não temos. Se você não descobrir que você é sagrado, você não vai perceber a sacralidade que o outro é!
Quem não se ama não sabe amar ninguém. É uma pessoa ausente de si mesma. Os amores estragados que passaram minou aquilo que se era. Há pessoas que vemos que não têm amor-próprio; mas nós não temos o direito de perder esse amor.
Tome posse do que você é para depois dar-se ao outro.
Queridos amigos . Pretendo através deste blog compartilhar um pouco daquilo que penso e que faz sentido a minha existência.A reflexão nos leva a resignificar tudo o que nos permeia. Sendo assim , que nossos devaneios nos levem a uma paixão maior pela aventura que se chama vida.
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Não pense duas vezes ( Fábio de Melo)
A felicidade é um susto. Chega na calada da noite, na fala do dia, no improviso das horas. Chega sem chegar, insinua mais que propõe... Felicidade é animal arisco. Tem que ser adimirada à distância porque não aceita a jaula que preparamos para ela. Vê-la solta e livre no campo, correndo com sua velocidade tão elegante é uma sublime forma de possuí-la.
Felicidade é chuva que cai na madrugada, quando dormimos. O que vemos é a terra agradecida, pronta para fecundar o que nela está sepultado, aguardando a hora da ressurreição.
Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes. Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero. É olhar de amigo em horas de abandono. É fala calmante em instantes de desconsolo.
Felicidade é palavra pouca que diz muito. É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros.
Eu busco a frase de cada dia, o poema que me espera na esquina, o recado de Deus escrito na minha geladeira... Eu vivo assim... Sem doma, sem dona, sem porteiras, porque a felicidade é meu destino de honra, meu brasão e minha bandeira. Eu quero a felicidade de toda hora. Não quero o rancor, não quero o alarde dos artifícios das palavras comuns, nem tampouco o amor que deseja aprisionar meu sonho em suas gaiolas tão mesquinhas.
O que quero é o olhar de Jesus refletido no olhar de quem amo. Isso sim é felicidade sem medidas. O café quente na tarde fria, a conversa tão cheia de humor, o choro vez em quando.
Felicidades pequenas... O olhar da criança que me acompanha do colo da mãe, e que depois, à distância ,sorri segura, porque sabe que eu não a levarei de seu lugar preferido.
A felicidade é coisa sem jeito, mas com ela eu me ajeito. Não forço para que seja como quero, apenas acolho sua chegada, quando menos espero.
E então sorrio, como quem sabe,que quando ela chega, o melhor é não dispersar as forças... E aí sou feliz por inteiro na pequena parte que me cabe.
O que hoje você tem diante dos olhos? Merece um sorriso? Não pense duas vezes...
Felicidade é chuva que cai na madrugada, quando dormimos. O que vemos é a terra agradecida, pronta para fecundar o que nela está sepultado, aguardando a hora da ressurreição.
Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes. Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero. É olhar de amigo em horas de abandono. É fala calmante em instantes de desconsolo.
Felicidade é palavra pouca que diz muito. É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros.
Eu busco a frase de cada dia, o poema que me espera na esquina, o recado de Deus escrito na minha geladeira... Eu vivo assim... Sem doma, sem dona, sem porteiras, porque a felicidade é meu destino de honra, meu brasão e minha bandeira. Eu quero a felicidade de toda hora. Não quero o rancor, não quero o alarde dos artifícios das palavras comuns, nem tampouco o amor que deseja aprisionar meu sonho em suas gaiolas tão mesquinhas.
O que quero é o olhar de Jesus refletido no olhar de quem amo. Isso sim é felicidade sem medidas. O café quente na tarde fria, a conversa tão cheia de humor, o choro vez em quando.
Felicidades pequenas... O olhar da criança que me acompanha do colo da mãe, e que depois, à distância ,sorri segura, porque sabe que eu não a levarei de seu lugar preferido.
A felicidade é coisa sem jeito, mas com ela eu me ajeito. Não forço para que seja como quero, apenas acolho sua chegada, quando menos espero.
E então sorrio, como quem sabe,que quando ela chega, o melhor é não dispersar as forças... E aí sou feliz por inteiro na pequena parte que me cabe.
O que hoje você tem diante dos olhos? Merece um sorriso? Não pense duas vezes...
Movimento da vida ( Fábio de Melo)
Eu não sei se a vida é que vai rápida demais ou se sou eu que estou mais lento. O que sei é que ando me atropelando nos próprios passos.
Eu resolvi desacelerar. Eu vou no rítmo que posso.
Não é fácil. É sabedoria que requer aprendizado! Eu quero aprender.
O descompasso é a causa de todo cansaço. O corpo é rápido, mas o coração não. O corpo anda no compasso da agenda. O coração anda é no compasso do amor miúdo. O corpo sobrevive de andares largos. O coração sobrevive de pequenos passos e de demoras. Eu já fui e voltei a inúmeros lugares e o coração nem saiu do lugar.
O mistério é saber reconciliar as partes. Conciliar um ritmo que seja bom para os dois.
Eu quero aprender. Não quero o martírio antes da hora. Quero é o direito de saborear o tempo como se fosse um menino que perdeu a pressa. O show? Ah, deixa pra depois. A voz não morrerá. Acendemos as luzes noutra hora. Deixe que o padre viva a penumbra de algumas poucas velas... Um padre combina mais com uma vela acesa que com um canhão de luz.
Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes.
Chega de vida complicada. Eu preciso é de simplicidade!
Eu resolvi desacelerar. Eu vou no rítmo que posso.
Não é fácil. É sabedoria que requer aprendizado! Eu quero aprender.
O descompasso é a causa de todo cansaço. O corpo é rápido, mas o coração não. O corpo anda no compasso da agenda. O coração anda é no compasso do amor miúdo. O corpo sobrevive de andares largos. O coração sobrevive de pequenos passos e de demoras. Eu já fui e voltei a inúmeros lugares e o coração nem saiu do lugar.
O mistério é saber reconciliar as partes. Conciliar um ritmo que seja bom para os dois.
Eu quero aprender. Não quero o martírio antes da hora. Quero é o direito de saborear o tempo como se fosse um menino que perdeu a pressa. O show? Ah, deixa pra depois. A voz não morrerá. Acendemos as luzes noutra hora. Deixe que o padre viva a penumbra de algumas poucas velas... Um padre combina mais com uma vela acesa que com um canhão de luz.
Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes.
Chega de vida complicada. Eu preciso é de simplicidade!
sexta-feira, 18 de julho de 2008
PEREGRINO ( Diego Vainer)
Entregar-se é próprio de quem ama.
Aquele que é livre, pode entregar-se e caminhar.
Caminhar é realidade existencial de todos. Uns mendigam , outros prostram-se, alguns arrastam-se. Há aqueles que preferem fechar-se e se deixar levar pela vida sem tomá-la pelas mãos.
Encarnar-se em outras histórias é sintomático do peregrino.
Suas pegadas levam ao absoluto, a si mesmo, faz sentido e dá sentido.
Guerreiro é o peregrino que não teme confrontos , lutas e feridas.
Peregrino é guerreiro por não deixar-se escravizar.
Seu caminhar é sua vida.
Quer gastar-se por amor, pois entendeu que a felicidade só real quando compartilhada
Caminho feliz é aquele que vai até o coração do outro e lá deixa amor, deixa-se.
Sua felicidade é sua busca, seu caminho.
Aquele que é livre, pode entregar-se e caminhar.
Caminhar é realidade existencial de todos. Uns mendigam , outros prostram-se, alguns arrastam-se. Há aqueles que preferem fechar-se e se deixar levar pela vida sem tomá-la pelas mãos.
Encarnar-se em outras histórias é sintomático do peregrino.
Suas pegadas levam ao absoluto, a si mesmo, faz sentido e dá sentido.
Guerreiro é o peregrino que não teme confrontos , lutas e feridas.
Peregrino é guerreiro por não deixar-se escravizar.
Seu caminhar é sua vida.
Quer gastar-se por amor, pois entendeu que a felicidade só real quando compartilhada
Caminho feliz é aquele que vai até o coração do outro e lá deixa amor, deixa-se.
Sua felicidade é sua busca, seu caminho.
SACRALIZAR-SE ( Diego Vainer)
A vida é uma realidade sagrada. Deixá-la passar por nós e não vivê-la é uma perda incalculável. Triste é saber que muitos não a compreendem como sagrada, separada e cuidada.
Perder a consciência do sagrado significa não atribuir valor ao que realmente possue valor.
O sagrado vira profano e o profano vira sagrado. Esta dialética perpassa nossas reflexões. O homem não sabe o que sacralizar em sua vida, por que ele mesmo não se entende como uma realidade sagrada. Sua dignidade ainda não foi percebida.
É preciso sacralizar a vida, o tempo, os sentimentos. Não sacralizar-se significa perder-se. Aquele que não se encontra se deixa levar pela realidade temporal e não se deixa tocar pela eternidade.
Ser sagrado é ser amado e separado de tal forma que podemos não mais nos deixar manchar por aquilo que não venha a ser eternidade em nós.
Eternizar-se é querer viver sem se prender ao tempo e espaço. Categorias essas que pretendem nos aprisionar em suas realidades racionais e passageiras. Não se pode destruir a sede de eternidade pela qual clama nossa alma.
Sacralizar-se é viver o eterno no tempo, é ver o invisível, deixar-se marcar pelo eterno para não existir de forma falsificada. O eterno é em nós. Que nos eternizemos participando de sua eternidade que já habita no mais profundo de nosso ser.
Perder a consciência do sagrado significa não atribuir valor ao que realmente possue valor.
O sagrado vira profano e o profano vira sagrado. Esta dialética perpassa nossas reflexões. O homem não sabe o que sacralizar em sua vida, por que ele mesmo não se entende como uma realidade sagrada. Sua dignidade ainda não foi percebida.
É preciso sacralizar a vida, o tempo, os sentimentos. Não sacralizar-se significa perder-se. Aquele que não se encontra se deixa levar pela realidade temporal e não se deixa tocar pela eternidade.
Ser sagrado é ser amado e separado de tal forma que podemos não mais nos deixar manchar por aquilo que não venha a ser eternidade em nós.
Eternizar-se é querer viver sem se prender ao tempo e espaço. Categorias essas que pretendem nos aprisionar em suas realidades racionais e passageiras. Não se pode destruir a sede de eternidade pela qual clama nossa alma.
Sacralizar-se é viver o eterno no tempo, é ver o invisível, deixar-se marcar pelo eterno para não existir de forma falsificada. O eterno é em nós. Que nos eternizemos participando de sua eternidade que já habita no mais profundo de nosso ser.
MADRE TERESA
"Estar a sós ou com alguém em silêncio em nome de Deus. É assim que acumulamos o poder interior que distribuímos por meio da ação, nos menores deveres e nas maiores tragédias com que nos defrontamos.
O silêncio existiu desde antes da criação, e os céus se espelharam sem uma única palavra.
Cristo nasceu na calada da noite; e embora não tenha existido poder como o dele: 'Ele não se debateu nem chorou, nem foi sua voz ouvida pelas ruas'.
Certa vez, alguém me perguntou o que eu considerava mais importante no treinamento das irmãs. Respondi: 'Silêncio. Silêncio interior e exterior. O silêncio é essencial em uma casa religiosa. O silêncio da humildade e da caridade, o silêncio do olho, dos ouvidos, da língua. Não há vida de preces sem silêncio. Silêncio, depois bondade, caridade; o silêncio leva à caridade, a caridade à humildade. Caridade entre nós, aceitando-nos uns aos outros mesmo se somos diferentes; caridade para a união com a comunidade. A caridade leva à humildade. Devemos ser humildes, como Deus. Ele se humilha. Até hoje, Ele mostra sua humildade fazendo uso de instrumentos tão deficientes quanto nós - instrumentos fracos, imperfeitos, inadequados'" -
O silêncio existiu desde antes da criação, e os céus se espelharam sem uma única palavra.
Cristo nasceu na calada da noite; e embora não tenha existido poder como o dele: 'Ele não se debateu nem chorou, nem foi sua voz ouvida pelas ruas'.
Certa vez, alguém me perguntou o que eu considerava mais importante no treinamento das irmãs. Respondi: 'Silêncio. Silêncio interior e exterior. O silêncio é essencial em uma casa religiosa. O silêncio da humildade e da caridade, o silêncio do olho, dos ouvidos, da língua. Não há vida de preces sem silêncio. Silêncio, depois bondade, caridade; o silêncio leva à caridade, a caridade à humildade. Caridade entre nós, aceitando-nos uns aos outros mesmo se somos diferentes; caridade para a união com a comunidade. A caridade leva à humildade. Devemos ser humildes, como Deus. Ele se humilha. Até hoje, Ele mostra sua humildade fazendo uso de instrumentos tão deficientes quanto nós - instrumentos fracos, imperfeitos, inadequados'" -
CONTRÁRIOS ( FÁBIO DE MELO)
Só quem já provou a dor
Quem sofreu, se amargurou
Viu a cruz e a vida em tons reais
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
precisou saber recomeçar
Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota o motivo para lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer
Que o verso tem reverso
Que o direito tem avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E que o ódio é uma forma tão estranha de amar
Que o perto tem distâncias
E que esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando existe alguma luz.
Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar
Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer
Quem sofreu, se amargurou
Viu a cruz e a vida em tons reais
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
precisou saber recomeçar
Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota o motivo para lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer
Que o verso tem reverso
Que o direito tem avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E que o ódio é uma forma tão estranha de amar
Que o perto tem distâncias
E que esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando existe alguma luz.
Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar
Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer
O inacabado que há em mim ( Fábio de Melo)
Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.
Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.
Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas
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