Segue o teu destino
Rega as tuas plantas
Ama as tuas rosas
O resto é sombra
De árvores alheias
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios
Suave é viver só
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses
Vê de longe a vida
Nunca a interrogues
Ela nada pode
Dizer-te.
A resposta
Está além dos deuses
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis/Fernando Pessoa
Queridos amigos . Pretendo através deste blog compartilhar um pouco daquilo que penso e que faz sentido a minha existência.A reflexão nos leva a resignificar tudo o que nos permeia. Sendo assim , que nossos devaneios nos levem a uma paixão maior pela aventura que se chama vida.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
SERÁ VERDADE MINHA VERDADE (CAIO FÁBIO)
É sempre impressionante observar como boa parte do que acontece entre pessoas que se desentendem, é fruto de um mar de subjetividades, de habitantes dos ambientes interiores produzidos pela insegurança. Os habitantes desses ambientes são: a auto-imagem negativa ou seu extremo narcisista; os complexos de inferioridade herdados na cultura familiar ou regional; os choques éticos e psicológicos da cultura de cada um; e, sobretudo, tais ambientes são mobiliados com as mobílias da amargura, do ressentimento e dos sentimentos de injustiça, presentes ou passados, provocados ou não pelo atual objeto do desencontro. Na realidade é cada vez mais fácil brigar nesta geração machucada e altamente psicologizada! Todo mundo “analisa” todo mundo, e, no fim, todos se separam pelo que não é, pois, raramente aquele que “analisa” faz qualquer coisa além de apenas apresentar suas projeções, transferências ou criações perversas do outro, sempre fundadas nas razões da magoas ou dos ressentimentos. Não que objetivamente as pessoas não se ofendam e nem se machuquem. Porém, na maior parte das vezes, até as ofensas objetivas são provocadas por subjetividades que se misturam profundamente com a confusão de julgamento que o ofendido assume como realidade acerca do outro. Quando Jesus manda perdoar sempre, o tempo todo, Ele nos oferecia a possibilidade de não olhar o outro com um olhar que se torna apenas uma projeção da construção mista que fazemos; misturando o outro, com seus erros, com nós mesmos, e nossas subjetividades complexas e emocionalizadas; possuindo nós, em tal caso, pouca ou quase nenhuma objetividade no olhar e no discernir. No fim, de fato, quase nada é ofensa para quem decidiu não deixar que o outro seja a lente de seu olhar na existência.
sábado, 27 de dezembro de 2008
SEM AMOR NÃO HÁ DEUS ( CAIO FÁBIO)
Se amar fosse solução contra a dor, o desapontamento, a espera, a paciência e o sacrifício — não se diria que o amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta. Afinal, o amor agüenta tudo porque jamais acaba. Amar não é a solução da existência, mas da vida. Na existência e para aqueles que apenas alimentam-se do conceito de existirem, o amor não é a solução, pois, no conceito de existência o mais importante é que não venha a doer. Entretanto, quando se fala de vida, o amor é o único alimento que ela possui. Sim! Sem amor a existência não tem vida! Porém, quando o amor se impõe como fundamento da vida, então, toda dor de amor é alegre, pois, para quem de fato ama basta a recompensa de amar. É assim com Deus, que é amor, e, para Quem, amar é a “recompensa de Deus”. Recompensa de Deus? Sim! Deus é amor e se mantém como amor, pois, no dia em que Deus não mais for amor, já não será Deus. Deus é amor. Se deixar de ser amor deixa de ser Deus! Portanto, se Ele deixar de amar eu deixo de existir. Todavia, para fins práticos, a morte do amor entre os homens é a morte de Deus. Quem ama tem Deus. Quem não ama não tem Deus! O mais é texto...
JEITOS DE AMAR
Adélia Prado
Uma personagem põe-se a lembrar da mãe, que era
danada de braba, mas esmerava-se na hora de fazer
dois molhos de cachinhos no cabelo da filha, para
que ela fosse bonita pra escola.
"Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor".
É comovente porque é algo que a gente esquece:
milhões de pequenos gestos são maneiras de amar.
Beijos e abraços são provas mais eloqüentes,
exigem retribuição física, são facilidades do corpo.
Porém há diversos outras demonstrações mais sutis.
Mexer no cabelo, pentear os cabelos, tal como
aquela mãe e aquela filha, tal como namorados
fazem, tal como tanta gente faz: cafunés.
Amigas colorindo o cabelo da outra, cortando
franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas.
Quanto jeito que há de amar.
Flores colhidas na calçada, flores compradas, flores
feitas de papel, desenhadas, entregues em datas
nada especiais: "lembrei de você".
É este o único e melhor motivo para azaléias,
margaridas, violetinhas.
Quanto jeito que há de amar.
Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de
carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta
respondida, uma mensagem pelo celular, repartir o
que se tem, cuidados para não magoar, dizer a
verdade quando ela é salutar, e mentir, sim, com
carinho, se for para evitar feridas e dores
desnecessárias.
Quanto jeito que há de amar.
Uma foto mantida ao alcance dos olhos, uma
lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de
alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro
pra passear, chamar pra ver a lua, dar banho em
quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos,
ouvir as crianças, ouvir os amigos, ouvir os
parentes, ouvir.
Quanto jeito que há de amar.
Orar por alguém, vestir roupa nova pra
homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não
espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir,
visitar doentes, velar, sugerir cidades, filmes, cds,
brinquedos, brincar...
Quanto jeito que há.
Adélia Prado
Uma personagem põe-se a lembrar da mãe, que era
danada de braba, mas esmerava-se na hora de fazer
dois molhos de cachinhos no cabelo da filha, para
que ela fosse bonita pra escola.
"Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor".
É comovente porque é algo que a gente esquece:
milhões de pequenos gestos são maneiras de amar.
Beijos e abraços são provas mais eloqüentes,
exigem retribuição física, são facilidades do corpo.
Porém há diversos outras demonstrações mais sutis.
Mexer no cabelo, pentear os cabelos, tal como
aquela mãe e aquela filha, tal como namorados
fazem, tal como tanta gente faz: cafunés.
Amigas colorindo o cabelo da outra, cortando
franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas.
Quanto jeito que há de amar.
Flores colhidas na calçada, flores compradas, flores
feitas de papel, desenhadas, entregues em datas
nada especiais: "lembrei de você".
É este o único e melhor motivo para azaléias,
margaridas, violetinhas.
Quanto jeito que há de amar.
Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de
carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta
respondida, uma mensagem pelo celular, repartir o
que se tem, cuidados para não magoar, dizer a
verdade quando ela é salutar, e mentir, sim, com
carinho, se for para evitar feridas e dores
desnecessárias.
Quanto jeito que há de amar.
Uma foto mantida ao alcance dos olhos, uma
lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de
alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro
pra passear, chamar pra ver a lua, dar banho em
quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos,
ouvir as crianças, ouvir os amigos, ouvir os
parentes, ouvir.
Quanto jeito que há de amar.
Orar por alguém, vestir roupa nova pra
homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não
espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir,
visitar doentes, velar, sugerir cidades, filmes, cds,
brinquedos, brincar...
Quanto jeito que há.
ACOSTUMAR-SE
Clarice Lispector
" Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
e porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender cedo a luz.
E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo, e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E, a saber, que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se com a pessoa que a gente ama, à noite ou no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta e se gasta de tanto se acostumar, e se perde em si mesma."
Clarice Lispector
" Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
e porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender cedo a luz.
E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo, e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E, a saber, que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se com a pessoa que a gente ama, à noite ou no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta e se gasta de tanto se acostumar, e se perde em si mesma."
BENS PERDIDOS (PADRE ANTÔNIO VIEIRA)
Há bens mais perdidos e bens menos perdidos. O bem mais perdido e
totalmente perdido, é aquele que perdido uma vez não pode recuperar-se.
Perde um homem a Deus, e perde o tempo: qual é maior perda? Em razão de bem
é Deus, em razão de perdido é o tempo; porque Deus perdido pode
recuperar-se; o tempo perdido não se pode recuperar".
totalmente perdido, é aquele que perdido uma vez não pode recuperar-se.
Perde um homem a Deus, e perde o tempo: qual é maior perda? Em razão de bem
é Deus, em razão de perdido é o tempo; porque Deus perdido pode
recuperar-se; o tempo perdido não se pode recuperar".
A MAIOR SOLIDÃO( VINÍCIUS DE MORAES)
“...a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, eu se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre”.
VINÍCIUS PARA O FILHO DELE.
Vinicius de Moraes.
Pedro, meu filho...
Como eu nunca lutei para deixar-te nada além do amanhã indispensável: um quintal de terra verde onde corra, quem sabe, um córrego pensativo; e nessa terra, um teto simples onde possas ocultar a terrível herança que te deixou teu pai apaixonado - a insensatez de um coração constantemente apaixonado.
E porque te fiz com o meu sêmen homem entre os homens, e te quisera para sempre escravo do dever de zelar por esse alqueire, não porque seja meu, mas porque foi plantado com os frutos da minha mais dolorosa poesia.
Da mesma forma que eu, muitas noite, me debrucei sobre o teu berço e verti sobre teu pequenino corpo adormecido as minhas mais indefesas lágrimas de amor, e pedi a todas as divindades que cravassem na minha carne as farpas feitas para a tua.
E porque vivemos tanto tempo juntos e tanto tempo separados, e o que o convívio criou nunca a ausência pôde destruir.
Assim como eu creio em ti porque nasceste do amor e cresceste no âmago de mim como uma árvore dentro de outra, e te alimentaste de minhas vísceras, e ao te fazeres homem rompeste meu alburno e estiraste os braços para um futuro em que acreditei acima de tudo.
E sendo que reconheço nos teus pés os pés do menino que eu fui um dia, em frente ao mar; e na aspereza de tuas plantas as grandes pedras que grimpei e os altos troncos que subi; em tuas palmas as queimaduras do Infinito que procurei como um louco tocar.
Porque tua barba vem da minha barba, e o teu sexo do meu sexo, e há em ti a semente da morte criada por minha vida.
E minha vida, mais que ser um templo, é uma caverna interminável, em cujo recesso esconde-se um tesouro que me foi legado por meu pai, mas cujo esconderijo eu nunca encontrei, e cuja descoberta ora te peço.
Como as amplas estradas da mocidade se transformaram nestas estreitas veredas da madureza, e o Sol que se põe atrás de mim alonga a minha sombra como uma seta em direção ao tenebroso Norte.
E a Morte me espera em algum lugar oculta, e eu não quero ter medo de ir ao seu inesperado encontro.
Por isso que eu chorei tantas lágrimas para que não precisasse chorar, sem saber que criava um mar de pranto em cujos vórtices te haverias também de perder.
E amordacei minha boca para que não gritasses e ceguei meus olhos para que não visses; e quanto mais amordaçado, mais gritavas; e quanto mais cego, mais vias.
Porque a poesia foi para mim uma mulher cruel em cujos braços me abandonei sem remissão, sem sequer pedir perdão a todas as mulheres que por ela abandonei.
E assim como sei que toda a minha vida foi uma luta para que ninguém tivesse mais que lutar:
Assim é o canto que te quero cantar, Pedro meu filho...
Vinicius de Moraes.
Pedro, meu filho...
Como eu nunca lutei para deixar-te nada além do amanhã indispensável: um quintal de terra verde onde corra, quem sabe, um córrego pensativo; e nessa terra, um teto simples onde possas ocultar a terrível herança que te deixou teu pai apaixonado - a insensatez de um coração constantemente apaixonado.
E porque te fiz com o meu sêmen homem entre os homens, e te quisera para sempre escravo do dever de zelar por esse alqueire, não porque seja meu, mas porque foi plantado com os frutos da minha mais dolorosa poesia.
Da mesma forma que eu, muitas noite, me debrucei sobre o teu berço e verti sobre teu pequenino corpo adormecido as minhas mais indefesas lágrimas de amor, e pedi a todas as divindades que cravassem na minha carne as farpas feitas para a tua.
E porque vivemos tanto tempo juntos e tanto tempo separados, e o que o convívio criou nunca a ausência pôde destruir.
Assim como eu creio em ti porque nasceste do amor e cresceste no âmago de mim como uma árvore dentro de outra, e te alimentaste de minhas vísceras, e ao te fazeres homem rompeste meu alburno e estiraste os braços para um futuro em que acreditei acima de tudo.
E sendo que reconheço nos teus pés os pés do menino que eu fui um dia, em frente ao mar; e na aspereza de tuas plantas as grandes pedras que grimpei e os altos troncos que subi; em tuas palmas as queimaduras do Infinito que procurei como um louco tocar.
Porque tua barba vem da minha barba, e o teu sexo do meu sexo, e há em ti a semente da morte criada por minha vida.
E minha vida, mais que ser um templo, é uma caverna interminável, em cujo recesso esconde-se um tesouro que me foi legado por meu pai, mas cujo esconderijo eu nunca encontrei, e cuja descoberta ora te peço.
Como as amplas estradas da mocidade se transformaram nestas estreitas veredas da madureza, e o Sol que se põe atrás de mim alonga a minha sombra como uma seta em direção ao tenebroso Norte.
E a Morte me espera em algum lugar oculta, e eu não quero ter medo de ir ao seu inesperado encontro.
Por isso que eu chorei tantas lágrimas para que não precisasse chorar, sem saber que criava um mar de pranto em cujos vórtices te haverias também de perder.
E amordacei minha boca para que não gritasses e ceguei meus olhos para que não visses; e quanto mais amordaçado, mais gritavas; e quanto mais cego, mais vias.
Porque a poesia foi para mim uma mulher cruel em cujos braços me abandonei sem remissão, sem sequer pedir perdão a todas as mulheres que por ela abandonei.
E assim como sei que toda a minha vida foi uma luta para que ninguém tivesse mais que lutar:
Assim é o canto que te quero cantar, Pedro meu filho...
FRAGMENTOS dostoiewskianos.
O desafio de seguir as pegadas de Cristo inclui a necessidade de ver-se livre e libertado. Todos devem atentar para as palavras do Grande Inquisidor de Dostoievski:
“Em vez de dominar a consciência, vieste aprofundá-la ainda mais; em vez de cercear a liberdade dos homens, vieste alargar-lhes ainda o horizonte... Teu desejo era libertar os homens para o amor. Livre deve ele seguir-te, sentir-se atraído e preso por Ti. Em vez de obedecer às duras leis do passado, deve o homem a partir de agora, com o coração livre, decidir diante de si o que é bom e o que é mau, tendo o Teu exemplo diante dos olhos”.
Ao regressar da casa dos mortos, sua prisão com trabalhos forçados na Sibéria, Dostoievski afirmou:
“Às vezes Deus me envia instantes de paz; nestes instantes, amo e sinto que sou amado; foi num desses momentos que compus para mim mesmo um credo, onde tudo é claro e sagrado. Este credo é muito simples. Ei-lo: creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu o digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha nele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade”.
O desafio de seguir as pegadas de Cristo inclui a necessidade de ver-se livre e libertado. Todos devem atentar para as palavras do Grande Inquisidor de Dostoievski:
“Em vez de dominar a consciência, vieste aprofundá-la ainda mais; em vez de cercear a liberdade dos homens, vieste alargar-lhes ainda o horizonte... Teu desejo era libertar os homens para o amor. Livre deve ele seguir-te, sentir-se atraído e preso por Ti. Em vez de obedecer às duras leis do passado, deve o homem a partir de agora, com o coração livre, decidir diante de si o que é bom e o que é mau, tendo o Teu exemplo diante dos olhos”.
Ao regressar da casa dos mortos, sua prisão com trabalhos forçados na Sibéria, Dostoievski afirmou:
“Às vezes Deus me envia instantes de paz; nestes instantes, amo e sinto que sou amado; foi num desses momentos que compus para mim mesmo um credo, onde tudo é claro e sagrado. Este credo é muito simples. Ei-lo: creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu o digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha nele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade”.
Dietrich Bonhoeffer e nossa relação com Deus.
Dietrich Bonhoeffer.
"Nossa relação com Deus não é uma relação 'religiosa' com o ser mais elevado, mais poderoso, melhor do que se possa imaginar - isto não é transcendência genuína - mas nossa relação com Deus é uma nova vida na 'existência para os outros', na participação no ser de Jesus. O transcendente não são as tarefas infinitas, inatingíveis, mas é o respectivo próximo que está ao alcance. Deus na figura humana!
Não como nas religiões orientais, em figuras de animais, como o monstruoso, caótico, distante, terrível; mas tampouco nas figura conceptuais do absoluto, metafísico, infinito, etc.; mas do 'ser humano para os outros'! Por isso o crucificado"
Dietrich Bonhoeffer.
"Nossa relação com Deus não é uma relação 'religiosa' com o ser mais elevado, mais poderoso, melhor do que se possa imaginar - isto não é transcendência genuína - mas nossa relação com Deus é uma nova vida na 'existência para os outros', na participação no ser de Jesus. O transcendente não são as tarefas infinitas, inatingíveis, mas é o respectivo próximo que está ao alcance. Deus na figura humana!
Não como nas religiões orientais, em figuras de animais, como o monstruoso, caótico, distante, terrível; mas tampouco nas figura conceptuais do absoluto, metafísico, infinito, etc.; mas do 'ser humano para os outros'! Por isso o crucificado"
SOBRE DEUS
Rubem Alves
Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meirales, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar... Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus...
Rubem Alves
Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meirales, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar... Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus...
SENTIDO DA VIDA? O sentido da vida é simplesmente viver. Viver por viver! As crianças sabem disso. Viver por viver é saber que a vida é curta, que o momento está cheio de possibilidades de beleza e amor, que ele nunca mais se repetirá, e que a única coisa que podemos fazer é agarrá-lo e bebê-lo como se fosse o último.
Rubem Alves
Rubem Alves
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
O QUE NÃO ADMIRA O MELHOR
O QUE NÃO ADMIRA O MELHOR, não pode melhorar. O que vê defeitos e não as belezas, as culpas e não os méritos, as discordâncias e não as harmonias, despenca definitivamente a um baixo nível onde vegeta com a ilusão de ser um crítico. Os que não sabem admirar não têm porvir, estão inabilitados para ascender em direção a uma perfeição ideal. É uma covardia aplacar a admiração; deve ser cultivada como um fogo sagrado, evitando que a inveja a cubra com sua pátina ignominiosa.
José Ingenieros em "O homem medíocre"
José Ingenieros em "O homem medíocre"
O RISCO DE AMAR
C.S LEWIS "O RISCO DE AMAR"
Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar-se indestrutível, impenetrável, irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar ... onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.
C.S Lewis em "Os quatro amores".
Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar-se indestrutível, impenetrável, irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar ... onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.
C.S Lewis em "Os quatro amores".
Rubem Alves - Deus é pássaro encantado.
DEUS É COMO UM PÁSSARO ENCANTADO que nunca se vê. Só se ouve o seu canto... Deus é uma suspeita do nosso coração de que o universo tem um coração que pulsa com o nosso. Suspeita... nenhuma certeza. Fujam dos que têm certezas. Olhem bem: eles trazem gaiolas nas suas mãos. Os pássaros que têm presos nas suas gaiolas são pássaros empalhados. Ídolos.
Rubem Alves
Rubem Alves
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Viva o hoje sempre
A vida é o dever que trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, perdemos o amor de nossas vidas.
Quando se vê, passaram-se 50 anos.
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava para o
relógio...
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca
dourada e
inútil das horas...
Seguiria o amor, que está muito a minha frente, e diria que eu o
amo...
Dessa forma eu digo, não deixe de fazer algo que goste devido a falta
de
tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá, será a desse tempo que infelizmente nunca mais
voltará.
A vida é o resultado da soma das escolhas que fazemos.
Mário Quintana
As pessoas esquecerão o que você disse.
As pessoas esquecerão o que você fez.
Mas elas nunca esquecerão
como você as fez sentir.
A vida é o dever que trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, perdemos o amor de nossas vidas.
Quando se vê, passaram-se 50 anos.
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava para o
relógio...
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca
dourada e
inútil das horas...
Seguiria o amor, que está muito a minha frente, e diria que eu o
amo...
Dessa forma eu digo, não deixe de fazer algo que goste devido a falta
de
tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá, será a desse tempo que infelizmente nunca mais
voltará.
A vida é o resultado da soma das escolhas que fazemos.
Mário Quintana
As pessoas esquecerão o que você disse.
As pessoas esquecerão o que você fez.
Mas elas nunca esquecerão
como você as fez sentir.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
O MENESTREL
O MENESTREL
Um dia você aprende que...
Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo. •.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida
são tomadas de você muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que você mesmo pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,
mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência
que se teve e o que você aprendeu com elas
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame, não significa que esse alguém não o ama,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto,plante seu jardim e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
....
....
William Shakespeare
Um dia você aprende que...
Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo. •.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida
são tomadas de você muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que você mesmo pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,
mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência
que se teve e o que você aprendeu com elas
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame, não significa que esse alguém não o ama,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto,plante seu jardim e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
....
....
William Shakespeare
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
"O que é a alegria? Um 'sim' espontâneo à vida que brota de dentro de nós, às vezes quando menos esperamos. Um 'sim' ao que somos, ou melhor, ao que sentimos ser. Quem tem alegria já recebeu o prêmio máximo e não carece de nada; quem não tem alegria - por mais sábio, bonito, sadio, rico, poderoso, santo, etc., que seja - é um miserável que carece do mais importante. Pois bem, ouça: O prazer é magnífico e desejável quando sabemos colocá-lo a serviço da alegria, mas não quando a turva ou a compromete. O limite negativo do prazer não é a dor, nem mesmo a morte, mas a alegria: quando começamos a perdê-la por um determinado deleite, com certeza estamos desfrutando o que não nos convém".
Fernando Savater
Fernando Savater
Uma afirmação dura de Lya Luft
Lya Luft
"Fingimos ser superiores, batendo grandes papos sobre dinheiro, futebol, política. Não estamos nem aí. Botamos tapa-olhos para não enxergar o que se passa, vestimos máscaras para que a verdade não nos cuspa na cara e nos defendemos do rumor que nos ameaça botando fones de ouvido enquanto caminhamos na esteira para ficar em forma. Mas, individualmente, temos medo e solidão".
Lya Luft
"Fingimos ser superiores, batendo grandes papos sobre dinheiro, futebol, política. Não estamos nem aí. Botamos tapa-olhos para não enxergar o que se passa, vestimos máscaras para que a verdade não nos cuspa na cara e nos defendemos do rumor que nos ameaça botando fones de ouvido enquanto caminhamos na esteira para ficar em forma. Mas, individualmente, temos medo e solidão".
Deus entre as pessoas - Harold Kushner.
Harold Kushner.
Quando perguntavam a Martin Buber - o grande filósofo e teólogo judeu - "Onde Deus está?", ele foi suficientemente esperto para não dar a resposta estereotipada: Deus está em toda parte, Deus é encontrado nas igrejas e sinagogas. Buber respondia que Deus está nos relacionamentos.
Deus não é encontrado nas pessoas, mas entre as pessoas.
Quando duas pessoas estão verdadeiramente em sintonia uma com a outra, Deus se aproxima e preenche o espaço entre elas para que fiquem unidas. Tanto o amor quanto a verdadeira amizade são mais do que apenas uma forma de saber que somos importantes para alguém.
Eles são uma maneira de levar Deus para um mundo que, de outro modo, seria um vale de egoísmo e solidão.
Harold Kushner.
Quando perguntavam a Martin Buber - o grande filósofo e teólogo judeu - "Onde Deus está?", ele foi suficientemente esperto para não dar a resposta estereotipada: Deus está em toda parte, Deus é encontrado nas igrejas e sinagogas. Buber respondia que Deus está nos relacionamentos.
Deus não é encontrado nas pessoas, mas entre as pessoas.
Quando duas pessoas estão verdadeiramente em sintonia uma com a outra, Deus se aproxima e preenche o espaço entre elas para que fiquem unidas. Tanto o amor quanto a verdadeira amizade são mais do que apenas uma forma de saber que somos importantes para alguém.
Eles são uma maneira de levar Deus para um mundo que, de outro modo, seria um vale de egoísmo e solidão.
A solidão - Luigi Pirandello.
A solidão nunca está com você, ela está sempre sem você e, portanto, ela só é possível na presença de algo estranho, lugar ou pessoa que seja, que o ignore completamente, e que você desconheça totalmente, de tal modo que a sua vontade e o seu sentimento fiquem suspensos e perdidos numa incerteza angustiosa e, cessando toda afirmação de sua pessoa, cesse também a própria intimidade de sua consciência.
A verdadeira solidão está em um lugar que vive por si e que para você não tem nem voz nem feição, onde o estranho é você.
A solidão nunca está com você, ela está sempre sem você e, portanto, ela só é possível na presença de algo estranho, lugar ou pessoa que seja, que o ignore completamente, e que você desconheça totalmente, de tal modo que a sua vontade e o seu sentimento fiquem suspensos e perdidos numa incerteza angustiosa e, cessando toda afirmação de sua pessoa, cesse também a própria intimidade de sua consciência.
A verdadeira solidão está em um lugar que vive por si e que para você não tem nem voz nem feição, onde o estranho é você.
Ninguém vive só.
André Comte-Sponville.
Olhem para as pessoas andando na rua. Algumas estão sós, outras em casal ou em bando, outra falam nos celulares... A vida de todas é formada de outras vidas. Têm encontros, ou então vão fazer compras, ou vão trabalhar...
Nada disso seria possível sem outras vidas humanas, que o permitam ou o justifiquem. Passeiam sozinhas? Seus pensamentos estão, quase sempre, habitados por seus familiares, seus colegas, seus amigos ou inimigos... O egoísmo é o contrário de um solipsismo. O amor-próprio, o contrário do autismo.
Quanto mais amamos a nós mesmos, mais temos necessidade dos outros. Amamo-nos tanto melhor, ou tão mais intensamente, quanto menos amamos sozinhos. Caso contrário, iríamos querer ser amados? Poderíamos sê-lo?
Olhem essa multidão, numa reunião ou num espetáculo. Que entusiasmo, que comunhão, que intensidade de afetos ou de paixões! Que vitalidade, em cada um, multiplicada pela vitalidade de todos! É um perigo – pela violência, pela besteira, pela cegueira. As paixões se somam; as inteligências não. Existe algo mais besta que uma multidão?
Mas é também uma força, pela união, pela fusão, pela alegria ou pela cólera compartilhadas. Um grupo é mais que uma soma de indivíduos. É um ser a mais, com suas reações próprias, sua lógica própria, sua desmedida própria...
Para o mal, às vezes (o linchamento, o pânico, os massacres). Para o bem, outras vezes (a festa, a ação coletiva, a emoção compartilhada...).
André Comte-Sponville em "A vida humana" - Editora Martins Fontes.
André Comte-Sponville.
Olhem para as pessoas andando na rua. Algumas estão sós, outras em casal ou em bando, outra falam nos celulares... A vida de todas é formada de outras vidas. Têm encontros, ou então vão fazer compras, ou vão trabalhar...
Nada disso seria possível sem outras vidas humanas, que o permitam ou o justifiquem. Passeiam sozinhas? Seus pensamentos estão, quase sempre, habitados por seus familiares, seus colegas, seus amigos ou inimigos... O egoísmo é o contrário de um solipsismo. O amor-próprio, o contrário do autismo.
Quanto mais amamos a nós mesmos, mais temos necessidade dos outros. Amamo-nos tanto melhor, ou tão mais intensamente, quanto menos amamos sozinhos. Caso contrário, iríamos querer ser amados? Poderíamos sê-lo?
Olhem essa multidão, numa reunião ou num espetáculo. Que entusiasmo, que comunhão, que intensidade de afetos ou de paixões! Que vitalidade, em cada um, multiplicada pela vitalidade de todos! É um perigo – pela violência, pela besteira, pela cegueira. As paixões se somam; as inteligências não. Existe algo mais besta que uma multidão?
Mas é também uma força, pela união, pela fusão, pela alegria ou pela cólera compartilhadas. Um grupo é mais que uma soma de indivíduos. É um ser a mais, com suas reações próprias, sua lógica própria, sua desmedida própria...
Para o mal, às vezes (o linchamento, o pânico, os massacres). Para o bem, outras vezes (a festa, a ação coletiva, a emoção compartilhada...).
André Comte-Sponville em "A vida humana" - Editora Martins Fontes.
Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o mesmo recém-nascido
antes que lhe dêem o nome
e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto do enlaçar e beijar
na vista do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha itensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata.
Carlos Drummond de Andrade
se soube florir
é o mesmo recém-nascido
antes que lhe dêem o nome
e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto do enlaçar e beijar
na vista do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha itensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata.
Carlos Drummond de Andrade
PENSAR em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caieiro.
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caieiro.
... HÁ BENS MAIS PERDIDOS, E BENS MENOS PERDIDOS. O bem perdido menos perdido é aquele que depois de perdido se pode recuperar: o bem mais perdido, e totalmente perdido, é aquele que perdido uma vez, não pode recuperar-se. Perde um homem a Deus, e perde o tempo: qual a maior perda? Em razão de bem é Deus, em razão de perdido é o tempo; porque Deus perdido pode recuperar-se; o tempo perdido não pode recuperar.
Pe. Antônio Vieira
Pe. Antônio Vieira
Nunca vivi sem medos. À medida que envelheço vejo-os apenas substituídos. Posso fazer assim a crônica dos meus horrores, cobra, eletricidade, viagens, mortes. Agora, o inominável pavor de que meus filhos tenham morte violenta. Por isso, talvez, goste de cemitérios, porque lá já se morreu, não se corre mais riscos. É como se eu não tivesse pele, minhas vísceras palpitam expostas. Odeio telefone, é impudente, toca à meia-noite para maus avisos.
Adélia Prado
Adélia Prado
A PERGUNTA de Deus para a humanidade foi: "Onde estás?" (Gênesis 3.9). Esta é a pergunta ouvida por aqueles que internalizaram a moral de responsabilidade. A fé é uma forma de escutar, e aquilo que escutamos no silêncio imóvel da alma é a pergunta de Deus: "O que você tem feito com a dádiva que Eu lhe dei, a vida? Como você usa o seu tempo? Você vive para si mesmo ou vive também para os outros? A sua pergunta básica é 'O que o mundo pode me dar?' ou é 'O que eu posso dar para o mundo?' Você tem buscado a bênção ou você tem sido uma benção?"
Jonathan Sacks
Jonathan Sacks
O AMOR não conhece meio termos; ou perde, ou salva. Nesse dilema se resume todo o destino do homem: ou a perda, ou a salvação: nenhuma outra fatalidade no-lo apresenta com tamanha inexorabilidade como o amor. O amor é vida quando não é morte. É berço e túmulo. O mesmo sentimento diz sim e não no coração do homem. De todas as coisas feitas por Deus, o coração humano é a que desprende mais luz e mais trevas.
Victor Hugo
Victor Hugo
Fernando Pessoa - viver é apenas ser vivido.
OS HOMENS DE ACÇÃO são os escravos involuntários dos homens de entendimento. As coisas não valem senão na interpretação delas. Uns, pois, criam coisas para que os outros, transmudando-as em significação, as tornem vidas. Narrar é criar, pois viver é apenas ser vivido.
Fernando Pessoa em "Livro do Desassossego" - Cia das Letras, cpt. 163, p. 177.
OS HOMENS DE ACÇÃO são os escravos involuntários dos homens de entendimento. As coisas não valem senão na interpretação delas. Uns, pois, criam coisas para que os outros, transmudando-as em significação, as tornem vidas. Narrar é criar, pois viver é apenas ser vivido.
Fernando Pessoa em "Livro do Desassossego" - Cia das Letras, cpt. 163, p. 177.
Jung Mo Sung - A perfeição de Deus.
Para Jesus, o que define a perfeição de Deus não são as características filosóficas e lógicas da onipotência, onisciência, etc., mas sim a sua capacidade ilimitada de amar a todos, mesmo os injustos e os maus... Deus não os ama porque merecem, mas sim porque Ele (ou será que Deus é ela?) ama gratuitamente a todas as pessoas, boas e más... Amor tem pouco a ver com merecimento. O amor não é um prêmio que se dá aos bons, mas nasce da liberdade da pessoa que ama.
Jung Mo Sung em "Um caminho espiritual para a felicidade" - Editora Vozes, p. 82
Para Jesus, o que define a perfeição de Deus não são as características filosóficas e lógicas da onipotência, onisciência, etc., mas sim a sua capacidade ilimitada de amar a todos, mesmo os injustos e os maus... Deus não os ama porque merecem, mas sim porque Ele (ou será que Deus é ela?) ama gratuitamente a todas as pessoas, boas e más... Amor tem pouco a ver com merecimento. O amor não é um prêmio que se dá aos bons, mas nasce da liberdade da pessoa que ama.
Jung Mo Sung em "Um caminho espiritual para a felicidade" - Editora Vozes, p. 82
Descarte, recicle, acolha.
Ricardo Gondim
Descarte.
Qualquer lógica que não se conecte com a vida.
Qualquer pressuposto que gere o fatalismo.
Qualquer censura que obture a criatividade.
Qualquer pessimismo que negue a esperança.
Qualquer otimismo que afirme a prepotência.
Recicle
Sua expectativa de viver sem percalços.
Seu desejo de ser alvo da intervenção divina.
Seu pavor de não ter segurança.
Sua angústia de saber-se mortal.
Sua expectativa da experimentar a felicidade plena.
Acolha
O desafio de peregrinar, só peregrinar.
A tarefa de reinventar-se diariamente.
A responsabilidade de ser co-autor da história.
O dever de esperar e cuidar dos frágeis.
A felicidade de ser chamado filho de Deus.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim
Descarte.
Qualquer lógica que não se conecte com a vida.
Qualquer pressuposto que gere o fatalismo.
Qualquer censura que obture a criatividade.
Qualquer pessimismo que negue a esperança.
Qualquer otimismo que afirme a prepotência.
Recicle
Sua expectativa de viver sem percalços.
Seu desejo de ser alvo da intervenção divina.
Seu pavor de não ter segurança.
Sua angústia de saber-se mortal.
Sua expectativa da experimentar a felicidade plena.
Acolha
O desafio de peregrinar, só peregrinar.
A tarefa de reinventar-se diariamente.
A responsabilidade de ser co-autor da história.
O dever de esperar e cuidar dos frágeis.
A felicidade de ser chamado filho de Deus.
Soli Deo Gloria
AMOR é a coisa mais alegre
amor é a coisa mais triste
amor é coisa que mais quero.
Por causa dele falo palavras como lanças.
Amor é a coisa mais alegre
amor é a coisa mais triste
amor é coisa que mais quero.
Por causa dele podem entalhar-me
sou de pedra-sabão.
Alegre ou triste,
amor é coisa que mais quero.
Adélia Prado
amor é a coisa mais triste
amor é coisa que mais quero.
Por causa dele falo palavras como lanças.
Amor é a coisa mais alegre
amor é a coisa mais triste
amor é coisa que mais quero.
Por causa dele podem entalhar-me
sou de pedra-sabão.
Alegre ou triste,
amor é coisa que mais quero.
Adélia Prado
Não há soluções, há caminhos!
"Tudo o que não cresce, decresce e arrisca-se a desaparecer. Este parece ser um princípio básico da vida. Não há meio termo, ninguém fica de fora desta realidade. Se deixo de investir numa relação, ela não se aguenta; se não dou continuidade à minha formação, deformo-me inevitavelmente, e por aí fora... E quem não continua a investir na fé e no amor, corre o risco de perder ambas as coisas."
(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in 'Não Há Soluções, Há Caminhos'
"Tudo o que não cresce, decresce e arrisca-se a desaparecer. Este parece ser um princípio básico da vida. Não há meio termo, ninguém fica de fora desta realidade. Se deixo de investir numa relação, ela não se aguenta; se não dou continuidade à minha formação, deformo-me inevitavelmente, e por aí fora... E quem não continua a investir na fé e no amor, corre o risco de perder ambas as coisas."
(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in 'Não Há Soluções, Há Caminhos'
Se eu pudesse
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
Alberto Caeiro
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
Alberto Caeiro
PRESENTE QUE SERVE
Quando é que nós recebemos um conforto e um consolo real? Quando alguém nos ensina como pensar ou como agir? Quando recebemos um conselho para onde ir ou o que fazer? Quando ouvimos palavras tranqüilizadoras e de esperança? Algumas vezes, talvez. Porém, o que realmente importa é que em momentos de dor e de sofrimento alguém esteja ao nosso lado. Mais importante do que qualquer ação particular ou de qualquer palavra de aconselhamento é a simples presença de alguém que se interessa por nós. Quando alguém nos diz, no meio de uma crise que passamos: "Eu não sei o que dizer ou o que fazer, mas quero que compreenda que estou ao teu lado, que não te deixarei sozinho", nós temos um amigo através do qual podemos encontrar consolo e conforto. Numa época tão repleta de métodos e de técnicas destinados a mudar as pessoas, a influenciar o seu comportamento e a fazer com que elas façam coisas novas e tenham idéias novas, nós perdemos o dom simples, porém difícil de estarmos ao lado dos outros.
Perdemos este dom porque fomos levados a acreditar que a presença precisa ser útil. Nós pensamos: "Por que devo visitar esta pessoa? De qualquer forma, nada posso fazer por ela. Nem sequer lhe ser útil!". Enquanto isso, esquecemos que muitas vezes é na presença humilde, despretensiosa e "inútil", um ao lado do outro, que sentimos consolo e conforto. O simples fato de estarmos com alguém é difícil, porque isto exige de nós que compartilhemos a vulnerabilidade com esse alguém, que com ele ou com ela entremos na experiência da fraqueza e da impotência, que nos tornemos parte da incerteza e que desistamos do controle e da autodeterminação. No entanto, quando isso acontece, nasce nova força e nova esperança. Aqueles que nos oferecem conforto e consolo, ao permanecerem ao nosso lado em momentos de doença, de angústia mental ou de trevas espirituais, muitas vezes estão tão ou mais próximos a nós como aqueles com quem temos laços biológicos em comum. Eles mostram a sua solidariedade para conosco ao penetrarem de boa vontade nos espaços escuros e desconhecidos da nossa existência. Por essa razão, eles se tornam aqueles que nos trazem nova esperança e nos ajudam a descobrir novos rumos na vida.
(Henri Nouwen)
Perdemos este dom porque fomos levados a acreditar que a presença precisa ser útil. Nós pensamos: "Por que devo visitar esta pessoa? De qualquer forma, nada posso fazer por ela. Nem sequer lhe ser útil!". Enquanto isso, esquecemos que muitas vezes é na presença humilde, despretensiosa e "inútil", um ao lado do outro, que sentimos consolo e conforto. O simples fato de estarmos com alguém é difícil, porque isto exige de nós que compartilhemos a vulnerabilidade com esse alguém, que com ele ou com ela entremos na experiência da fraqueza e da impotência, que nos tornemos parte da incerteza e que desistamos do controle e da autodeterminação. No entanto, quando isso acontece, nasce nova força e nova esperança. Aqueles que nos oferecem conforto e consolo, ao permanecerem ao nosso lado em momentos de doença, de angústia mental ou de trevas espirituais, muitas vezes estão tão ou mais próximos a nós como aqueles com quem temos laços biológicos em comum. Eles mostram a sua solidariedade para conosco ao penetrarem de boa vontade nos espaços escuros e desconhecidos da nossa existência. Por essa razão, eles se tornam aqueles que nos trazem nova esperança e nos ajudam a descobrir novos rumos na vida.
(Henri Nouwen)
Assinar:
Comentários (Atom)