Queridos amigos . Pretendo através deste blog compartilhar um pouco daquilo que penso e que faz sentido a minha existência.A reflexão nos leva a resignificar tudo o que nos permeia. Sendo assim , que nossos devaneios nos levem a uma paixão maior pela aventura que se chama vida.
domingo, 30 de maio de 2010
Dom Quixote ( Engenheiros )
Aprender é construir
Dentre tantas teorias pedagógicas surgidas na história, temos a de Jean Piaget como uma ferramenta de reflexão e uso para nossas práticas pedagógicas. Mas quais seriam as bases, ou seja, as características fundamentais da proposta desta teoria construtivista para a educação de nosso tempo, que tanto exige de nós novas epistemologias, que consigam de fato resignificar aquilo que chamamos de educação, que é o processo final de um emaranhado de conteúdos pedagógicos, perpassados por didáticas diversas?
Conhecimento é construção. Acredito ser uma das máximas desta proposta pedagógica; contrapondo-se assim à correntes filosóficas como o empirismo e o apriorismo: a primeira entende o conhecimento como experiência realizada pelo sujeito, entendendo o mesmo como uma tábula rasa; a outra parte do pressuposto de que já há no sujeito uma bagagem hereditária de informações que só necessitam ser despertadas.O horizonte de compreensão da teoria construtivista , entende o processo de aprendizagem numa interação entre sujeito e objeto, isto é, a partir de uma relação entre os mesmos o conhecimento é construído. Conhecer significa construir um significado para o objeto conhecido. O sujeito é o construtor ativo de seu conhecimento.
A proposta construtivista quer reescrever a relação entre professor e aluno. O professor precisa compreender que o conhecimento transcorrerá de forma eficiente e efetiva, se o mesmo entender que existe um mundo de conceitos e informações dentro de seu aluno e, que este mesmo mundo, deve ser utilizado como fonte de onde emerge elementos que colaborarão para a reconstrução de seu mundo conceitual, fazendo com que de fato uma transformação multidimensional aconteça, afetando-o assim na formação de seu intelecto e também de suas práticas.
Aprender é ter a capacidade de construir a partir de relações e interações concretas. Entender o outro a partir de seu mundo, é uma questão de respeito e inteligência para uma prática educativa que de fato possa gerar benefícios para aquele que é fruto de um processo, mas também construtor ativo deste mesmo processo chamado aprendizagem. A proposta construtivista deseja engendrar sujeitos capazes de se construírem, mas para isso precisa incutir nos mesmos a necessidade pela busca de autonomia, que é um dos objetivos principais de toda proposta pedagógica verdadeira: construir sujeitos autônomos para que os mesmos possam ser construtores de um novo mundo, mais solidário, justo, fraterno e humano.
Diego Vainer@ 2010
Ontem eu fugi de mim
Tem dias que a gente tem vontade de fugir de tudo e de todos, e nunca mais voltar. Vivi isso alguns dias atrás. O stress do dia a dia. Trabalho. Angústias. Medos. Me fizeram sair por aí sem o menor desejo de voltar. Tenho a certeza que fugindo de mim, o que na verdade eu mais queria, era me encontrar, isto estava bem claro em minhas reflexões. Mas quem disse que todo o dia eu tenho que me encontrar com a minha dura realidade, que é a verdade da minha vida. Não quero e não vou viver esse martírio diário, de querer refletir e resolver tudo aquilo que não está em harmonia em meu ser. Decidi dar um tempo ao meu coração e meus limites.Vou esquecê-los um pouco , de propósito mesmo, mesmo sabendo que não posso fugir deles.
Reconciliar os contrários todo o dia leva à uma neurose múltipla. O que eu quero mesmo é v ver, sem querer buscar entender tudo aquilo que não compreendo. Vejo que preciso mergulhar mais nas perguntas e, assim, me deixar transformar por elas. Essa busca, por si só, já me leva a resignificar inúmeras dimensões de minha vida vivida, existenciada, historicizada, presentificada no tempo.
Sempre falei sobre autoconhecimento. Não há coisa mais urgente a se fazer , do que se compreender e ser perceber de uma nova forma. Mas hoje vejo que cada dia que passa me sinto mais longe de mim, não que isso seja ruim, pois me leva sempre a uma busca por mim em tudo que faço. Desvendar meus avessos, que utopia! Minhas motivações verdadeiras. Meus desejos mais profundos não manifestos. Quando saberei um pouco mais de mim para viver um pouco mais tranqüilo? Que bobagem esta reflexão! A vida é uma viagem que não permite ensaios, ela mesma é o ensaio e a apresentação. O tempo não pára. Preciso aprender a viver neste tempo. Aceitar a vida com suas agruras, dissabores, percalços, frustrações, desencontros, encontros, alegrias, felicidade, êxtase, quimeras, utopias...a vida tem tudo isso, difícil é harmonizar estas realidades em nosso existir.
Enquanto não aprendo a viver, vou vivendo mesmo assim. Não há nada mais apaixonante do que saber que a cada dia eu posso atualizar potencialidades , viver uma nova aventura , ampliar minhas percepções sobre tudo o que me permeia, significar algo para alguém, ser útil à algum coração. Não abro mão desse meu direito que é inalienável: quero aprender viver vivendo. Se eu me permito errar quem são àqueles que irão me arrancar de mim?Quando faço escolhas eu me escolho.Minha identidade vai ganhando contornos e formas à medida que compreendo que preciso me responsabilizar pelo que faço de mim. A última decisão sobre mim é minha mesmo, não abro mão disso!
Diego Vainer@ 2010
Aceitar as lutas
Perceber-se de uma nova forma, resignificada e reiventada é uma atitude necessária, própria daqueles que já se despiram da arrogância de tudo saber. O ato de filosofar produz em nós este sentimento do inacabado, do sempre estar por fazer-se. Rompe-se assim com toda a estagnação existencial que muitas vezes nos acomete, impedindo-nos assim de sempre continuar a transcender, característica esta tão peculiar do ser humano.
O mundo moderno com seus fetiches mercadológicos, busca nos seduzir a todo momento e em cada esquina. A virtualidade nos rouba de nossa realidade concreta, infantilizando-nos intelectualmente, entorpecendo nossa capacidade de reflexão e indignação, encapsulando nossas motivações e sonhos através do uso de uma razão instrumental, ou seja, insere-se em nós uma lógica interna falsificada com o objetivo de nos encalacrar numa minoridade racional, podendo assim nos explorar e coisificar até à exaustão.
Nosso sistema coloca-nos dentro de uma roda viva, na qual não conseguimos nos libertar.Cavernas existenciais são criadas dia após dia, quando nos damos conta de algumas delas , muitas outras já foram criadas. Como viver num ambiente social tão truculento e competitivo, desumano e alienador? Quais são às armas que nos ajudarão a combater tantas filosofias e ideologias que querem nos sugar até nossas últimas forças? Como permanecer íntegro, ético, justo e verdadeiro, diante de um mundo que colocou do avesso todos os valores fundamentais como: a vida, a solidariedade, a justiça , a verdade , dentre tantos outros que poderiam ser elencados aqui?
Precisamos dar uma resposta a este mundo, não podemos nos eximir e nos fechar em nós mesmos. Temos responsabilidades para com tudo aquilo que nos permeia. Ser um sinal de esperança, amor, verdade e felicidade,são atitudes que podem reescrever a história. Cabe a nós não jogarmos a toalha branca da luta , mas lutarmos até o final para que às coisas sejam diferentes, à começar pela nossa forma de ser. Não desistir do mundo, da vida, daqueles que amamos, de nós mesmos é uma questão de humanidade e também moralidade. Já dizia o poeta que “a vida é bela para quem não tem medo dela.” Que nossa coragem seja ressuscitada pela esperança de uma vida mais humana e digna.
Diego Vainer @ 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Sobre a necessidade de mudar
"Mudar, portanto, significa se abrir para verdades que outrora não encontravam porto na interioridade. Mudar é admitir que nunca estamos totalmente prontos para entender tudo. Mudar é aprender a deixar para trás o que outrora nos encantava para absorver o que os olhos nunca viram, os ouvidos nunca ouviram e nunca o coração humano intuiu. Mudar é abrir mão do que antigamente fazia sentido para que resplandeçam novos lampejos de sabedoria, lucidez e esclarecimento. "
Ricardo Gondim
segunda-feira, 24 de maio de 2010
A vida que vale a pena ser vivida
Como viver? Eis a questão filosófica mais relevante da História da Filosofia. De nada adianta sabermos sobre todas às coisas se não aprendermos a viver. E como viver? Simples, vivendo. Mas compreendo que a vida com suas impermanências e inconcretudes se inaugura diante de nossos olhos de forma plural, ou seja, para cada nova resposta, mil perguntas. A grande questão é: a vida chegou e agora? Temos que aprender viver. Reconciliar contrários. Enfrentar os medos. Perceber os avessos existenciais das relações, que em grande parte são carregadas de frustrações, conflitos e decepções.
Nossos dilemas existenciais não são novos, sempre existiram e existirão. Não podemos mudar as circunstâncias e situações, é a nossa postura que precisa ser reiventada.
De que forma a Filosofia pode nos ajudar a enfrentar nossos questionamentos existenciais que acometem-nos dia a dia?
Para responder esta pergunta uma outra é necessária: “Vivemos para pensar melhor ou pensamos para melhor viver. Se a sua opção foi à segunda, creio que a partir desta premissa de escolha a filosofia pode nos ajudar e muito.
Filosofia nada tem a ver com auto-ajuda. Respostas e programas existenciais que prometem a solução em dez, cinco ou sete passos e tudo estará resolvido. A filosofia tem uma postura humilde diante da vida. Repito . A filosofia pensa sobre si mesma, suas possibilidades e dimensões. Não tem medo de admitir suas limitações. Entende que a vida não se permite enclausurar em nossas categorizações intelectuais, ela transcende nossa limitada razão. Mesmo assim ela quer pensar sobre a vida e seus processos e ciclos, nos quais pessoas como eu e você estão inseridos.
Questionar. Refutar . Perguntar .Duvidar.Repensar. Conceituar. Reconceitualizar. Arrazoar. Revisitar. Mensurar. Acho que já se cansou um pouco com todos esses verbos que inferem sobre posturas fundamentalmente filosóficas. Espero que tenha percebido que os mesmos não são receitas prontas, mas caminhos possíveis para reaprender a ver o mundo e reescrever a própria história.
Pense nesses verbos. Tenha a coragem de encarná-los na própria vida, nas situações diárias do cotidiano. Estou absolutamente convencido que a vida se tornará mais leve, livre, densa de significado e também cheia de angústias pelas incompreensões daqueles que aprenderam a ver o mundo, apenas, através da própria viseira intelectual.
A vida que vale a pena ser vivida, é aquele na qual podemos, de fato: deliberar, escolher e decidir num profundo espírito de liberdade; sem opressão, escravidão e coação. Mas afinal de contas qual é a vida que vale a pena ser vivida?Aquela que você escolheu que vale a pena ser vivida.
Diego Vainer@ 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
Não fuja mais de você mesmo...
Fernando Pessoa
O desafio de sermos nós mesmos é o maior desafio a ser enfrentado na vida. Vivemos vendendo imagens à todo momento. Somos cativos das opiniões alheias. Queremos satisfazer a tudo e à todos. Vivendo assim vamos esquecendo de escrever nossa própria história. Viver nossos sonhos e desejos mais profundos. Será que nossos desejos, sonhos, planos, pensamentos são nossos mesmos? Ou apenas projetamos em nós frustrações existenciais que foram nos acometendo ao longo da vida? Não podemos ter medo de pensar nessas questões tão essenciais. A vida é muito grande para ser pequena já dizia o poeta. O ensaio já é a própria vida, segundo Milan Kundera.
A vida é feita de crises. Toda crise, seja ela em qualquer dimensão, nos leva a repensarmos nossos valores, verdades e direções. Fugir delas é fugir de si mesmo. Nos encararmos de frente é imprescindível para que possamos caminhar e não estagnarmos no caminho.
As pessoas têm medo de pensar sobre si mesmas. Não querem viver com paixão. Se diminuem e se fazem menores. Protelam o encontro com as verdades mais profundas do próprio coração, sendo assim, vivem uma vida sem sentido e significado, apenas sobrevivem e, não saboreiam a vida.
Jung dizia : “O êxito da vida está em aprendermos a lhe dar com o sofrimento”, e bem sabemos que essa é uma dimensão da vida que não gostamos muito. Fugimos. Temos medo de nos desestabilizarmos e de encararmos de frente nossa fraqueza e vulnerabilidade. Mas porque tanto medo se é, só assim, que amadurecemos e crescemos como pessoas. A uva para se tornar bom vinhos precisa : amadurecer e ser esmagada. Não será diferente conosco, seres humanos, passaremos por esses processos para encontrarmos dentro de nós , o melhor que podemos ser, nossa identidade mais profunda, e não cópias mal feitas de outros que estão nos mesmos processos de descoberta de si mesmos também.
Nos frustraremos muito se vivermos numa eterna comparação com aqueles que caminham ao nosso lado. Cada história é singular. Cheia de belezas próprias. Significado próprio. Então descubra-se, por mais que isso lhe cause dor num primeiro momento e , tenha a certeza que vai causar, mas depois perceberá que a vida vai ficando mais leve e cheia de sentido. Vários sentimentos de culpa, ressentimentos, mágoas, dores, angústias e medos vão sendo amenizadas. “Conhece-te a ti mesmo”, frase conhecida como de Sócrates, tão necessária e urgente de se viver. Não tenha medo de você.Não fuja de você. Encontrar-se com a verdade da própria vida é um processo doloroso, mas ao mesmo tempo libertador e restaurador. “Seja o que você é”, dizia Nietzsche, a única coisa que pode acontecer, é você ser mais feliz.
Diego Vainer@ 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Este poema é simplesmente belíssimo...
Clarice Lispector
“Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade… Já tive medo do escuro, hoje no escuro “me acho, me agacho, fico ali”.
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de “amigo” e descobri que não eram… Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!”
“Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
Eistein