Perceber-se de uma nova forma, resignificada e reiventada é uma atitude necessária, própria daqueles que já se despiram da arrogância de tudo saber. O ato de filosofar produz em nós este sentimento do inacabado, do sempre estar por fazer-se. Rompe-se assim com toda a estagnação existencial que muitas vezes nos acomete, impedindo-nos assim de sempre continuar a transcender, característica esta tão peculiar do ser humano.
O mundo moderno com seus fetiches mercadológicos, busca nos seduzir a todo momento e em cada esquina. A virtualidade nos rouba de nossa realidade concreta, infantilizando-nos intelectualmente, entorpecendo nossa capacidade de reflexão e indignação, encapsulando nossas motivações e sonhos através do uso de uma razão instrumental, ou seja, insere-se em nós uma lógica interna falsificada com o objetivo de nos encalacrar numa minoridade racional, podendo assim nos explorar e coisificar até à exaustão.
Nosso sistema coloca-nos dentro de uma roda viva, na qual não conseguimos nos libertar.Cavernas existenciais são criadas dia após dia, quando nos damos conta de algumas delas , muitas outras já foram criadas. Como viver num ambiente social tão truculento e competitivo, desumano e alienador? Quais são às armas que nos ajudarão a combater tantas filosofias e ideologias que querem nos sugar até nossas últimas forças? Como permanecer íntegro, ético, justo e verdadeiro, diante de um mundo que colocou do avesso todos os valores fundamentais como: a vida, a solidariedade, a justiça , a verdade , dentre tantos outros que poderiam ser elencados aqui?
Precisamos dar uma resposta a este mundo, não podemos nos eximir e nos fechar em nós mesmos. Temos responsabilidades para com tudo aquilo que nos permeia. Ser um sinal de esperança, amor, verdade e felicidade,são atitudes que podem reescrever a história. Cabe a nós não jogarmos a toalha branca da luta , mas lutarmos até o final para que às coisas sejam diferentes, à começar pela nossa forma de ser. Não desistir do mundo, da vida, daqueles que amamos, de nós mesmos é uma questão de humanidade e também moralidade. Já dizia o poeta que “a vida é bela para quem não tem medo dela.” Que nossa coragem seja ressuscitada pela esperança de uma vida mais humana e digna.
Diego Vainer @ 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário