terça-feira, 1 de junho de 2010

Amar



Amar é dar-se.
Dar-se é a dor do amor.
Quem não se sacrifica ao amar.
Quem não chora e ri ao amar.
Não viveu o amar apenas pensou em amar.
Dor profunda é imaginar que se pode existir e nunca ter amado.
Amados fomos mesmo que nunca tenhamos sentido.
Mas o problema é nunca ter amado.
O sentido que dá à vida aquele que sentiu-se percebido.
E querido por aqueles sem o qual não haveria ter sentido, ter vivido.
Sempre existe alguém que não se imagina sem nos imaginar.
Que pensa, acorda e dorme querendo o nosso amar.
Sonha em existenciar em nosso ser.
Ser essência e permanência diária.
Na doce alegria sofrida que é o amar.
Coexistir no coração do amado é algo sagrado.
Coração é morada de poucos, porque pode ser sangrado se não cuidado e amado.
Amar o que és tu se não a morte de mim mesmo por ti amar.

Diego Vainer

Um comentário:

Estela disse...

Primeiro "poema filosófico" que li. Realista, sucinto.