segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cuide dos seus jardins!



Sempre gostei de um frase que diz: “ Não corra atrás das borboletas, cuide do seu jardim para que elas venham até você.” Faz todo o sentido para minha existência. O verbo cuidar sugere e indica inúmeras atitudes que precisamos tomar em relação a nós mesmos. A vida é feita de cuidados diários, desde os mais triviais como a higiene pessoal, passando à nossa vida financeira e espiritual.

Precisamos de cuidados. Somos seres que necessitam de alimento para o corpo e principalmente para alma. Quando não damos à atenção devida, aquilo que de fato é importante, começamos a sentir que as coisas param de funcionar.

Cuidar de si mesmo é uma arte. Só pode cuidar de si aquele que sabe quem é. Não podemos cuidar de nós mesmos se não soubermos nossas verdadeiras necessidades e carências e o jeito com o qual funcionamos. Cuidamos muito mal de nossas estruturas existenciais, porque não sabemos quem somos de fato, e nem do que precisamos.

A segunda parte da frase, citada no início do texto, diz que precisamos cuidar do nosso jardim. Ou será que possuímos “jardins” ao invés de jardim? Não tenho dúvida de que somos seres complexos. Possuímos inúmeras dimensões, plural é o nosso ser. Existe uma divisão pedagógica que me ajuda nesta compreensão. Muito já ouvi que o homem é corpo, alma e espírito. Acredito nesta verdade. Não duvido que nossa complexidade é infinitamente maior, mas essa divisão ajuda a abstrair muita coisa. Mas ainda falando de jardins, precisamos cuidar de todas as áreas que compõem nosso ser, uma vez que não o fazemos , começamos a sentir que algo não vai bem.

Fico me questionando até que ponto cuido de mim! Clarice Lispector certa vez disse : “A pior imoralidade é desistir de si mesmo”. Admito que muitas vezes fui imoral neste sentido. Desisti de dar o melhor de mim para ser o melhor que posso ser. Me abandonei às inúmeras compulsões, vícios e escravidões. Me inferiorizei diante de pessoas, fatos e circunstâncias.Assumo que descuidei de mim. Mas olho para a vida querendo recomeçar. Tenho todas as oportunidades do mundo em minhas mãos. Possuo dons e talentos. Não vou mais me perder naquilo que não preenche a alma e o coração. Reorganizarei meu tempo de outra forma, procurando aquilo que de fato merece atenção e dedicação. Como diz o poeta: “A vida é muito grande para ser pequena”. Apequenei a vida inúmeras vezes. Roubei de mim mesmo iniciativas que teriam me levado muito além. Mas também cheguei a lugares que nunca imaginei chegar. Já falei pra muita gente sobre a vida , amor, alegria, dores e esperanças. Essa é minha sina, falar de vida a partir daquele que é a Vida. Quero e vou continuar, sem descuidar de mim, nem do meu coração e das verdades mais profundas que me impulsionam e fazem com que tudo tenha sentido. Decidi não mais viver sendo refém de mim mesmo.Todo amor de que necessito se encontra sempre disposto a me amar. É à sombra da cruz do calvário que recebo todo amor que necessito para ser feliz, o resto é apenas dádiva que nasce deste mesmo amor.

2 comentários:

Nêga disse...

Que lindo texto amigo! matou um pouco a saudade de te ouvir.E desta forma, mais uma vez, suas palavras foram carinho de Deus por mim.
Seguiremos sempre cuidando dos jardins para que as borboletas venham e voltem sempre!

Te amo.

Diego Vainer disse...

Olá amiga....fico feliz por este texto ter abençoado vc .
Bjs