
Pare... pense e decida!
“[...] De fato, para o homem, filosofar significa, em primeiro lugar, enfrentar o próprio destino e pôr claramente diante de si os problemas resultantes da própria relação consigo mesmo, com os outros homens e com o mundo. significa não tanto se limitar a elaborar conceitos , a idear sistemas, mas escolher, decidir, comprometer-se, apaixonar-se: viver autenticamente e ser autenticamente ele mesmo.”
“[...] No fim de tudo, quem tem que decidir é o homem, o homem só. A vida continuamente lhe impõe perguntas, às quais deve responder.”
“A responsabilidade diante de si mesmo é o primeiro indício do comprometimento total, é a primeira revelação ao homem da substância de seu ser.”
Filosofar é um ato libertador. Significa levar a sério a própria história com todas as suas permanências e impermanências, caminhos e descaminhos. Pensar sobre as próprias ações, atitudes, sentimentos, afetos, deveria ser uma prática habitual e natural de cada um de nós, mas não é assim nós bem sabemos. Vamos levando a vida da forma mais banal possível, o que prevalece é sempre a lei do mínimo esforço, aquilo que engendra mais prazer num menor tempo é sempre o escolhido. A filosofia não compartilha desta postura. Ela procura nos levar a uma reflexão profunda sobre nós mesmos, nossas verdadeiras motivações, aquilo que de fato nos levará a uma compreensão na qual uma nova configuração existencial possa se inaugurar diante de nossos olhos dia após dia, mas é fato que isso requer sacrifício.
Diante da vida, qualquer reflexão se relativiza por si só, ou seja, nada é mais importante do que aquilo que fazemos de nós mesmos. Não podemos fugir das escolhas, elas fazem parte de nosso cotidiano. Somos aquilo que escolhemos. Nossas escolhas nos tornam pessoas autênticas ou inautênticas, por isso precisamos refletir sobre os critérios e referencias que norteiam nossas decisões. Acredito que aqui entra a filosofia de cheio para nos ajudar, nos fazendo refletir sobre até que ponto nossas escolhas são de fato nossas, ou se apenas reproduzimos em nós desejos e dominações alheias, sem a mínima consciência disso na esmagadora maioria das vezes. Questionamentos exaustivos, reflexões rigorosas, elucubrações meticulosas, perguntas sobre perguntas, duvidar até que tudo possa ficar mais claro, são caminhos propostos pela reflexão filosófica. Se formos honestos, admitiremos que por muitas vezes não fazemos isso, mas nos permitimos levar pelos impulsos e pelo momento presente, sendo assim, sofremos pelas decisões irrefletidas.
Certa vez escutei uma frase que me marcou de modo especial: “O que a vida não resolve ela devolve.” Isso me faz pensar até hoje. Filosoficamente falando, poderíamos dizer que as perguntas das quais fugimos sempre nos perseguirão. Não podemos nos eximir de responder perguntas tão essenciais sobre a vida: Quem sou ? O que é o amor? O que é a felicidade? O que é a vida? É bem verdade que a cada momento estaremos reformulando nossos conceitos , é bom que seja assim, o que não podemos é conviver com definições fabricadas pelos meios de comunicação de massa e tantas outras fontes de opinião. O grande desafio é pensarmos por nós mesmos, e termos a coragem de tomarmos nossas próprias decisões e nos responsabilizarmos por elas. Não podemos cair na ilusão de que não somos culpados por muitas de nossas infelicidades. Sofremos muito pelo falto de nos faltar a coragem de enfrentarmos conflitos para vivermos nossa própria vida.
Decisões não podem ser tomadas da noite para o dia, irrefletidamente, precisamos de tempo, estar só muitas vezes, escutarmos a voz de nossa consciência. Aquilo que nos falta é a paciência de esperarmos a crise passar para que possamos repensar inúmeras vezes, o quanto for necessário. Minha vida afeta outras vidas, jamais posso esquecer disso, sendo assim, minha decisão precisa ser mais responsável. É verdade que vamos errar muito, mas também é verdade que podemos evitar muitos erros se tivermos amor por nós mesmos e por aqueles que celebram alegremente nossa história.
2 comentários:
Quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas...
Porem acredito que existem perguntas que jamais terão respostas concretas, e é isso que as tornam as melhores, "O que é o amor?", por exemplo é umas delas.
Na verdade eu não quero saber a resposta que um alguem pode me querer me dar, amor eu só quero sentir.
E quando eu sinto, eu sei que é. Inesplicavelmente, essa resposta eu já sei, e acredito que todos saibam.
Mais o grande mal, é achar que todo mundo deve amar igual.
As coisas são tão simples,é só sentir, deixar rolar, ser feliz...
Amar é uma grande decisão maravilhosa, e digo com todo o conhecimento da causa!!!
Nossa....assim vc me deixa desconcertado!
Fico feliz por tudo aquilo que estamos vivenciando, que possamos amadurecer juntos dia após dia...
Bjs
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