
Tem dias que a gente tem vontade de fugir de tudo e de todos, e nunca mais voltar. Vivi isso alguns dias atrás. O stress do dia a dia. Trabalho. Angústias. Medos. Me fizeram sair por aí sem o menor desejo de voltar. Tenho a certeza que fugindo de mim, o que na verdade eu mais queria era me encontrar, isto estava bem claro em minhas reflexões. Mas quem disse que todo o dia eu tenho que me encontrar com a minha dura realidade, que é a verdade da minha vida. Não quero e não vou viver esse martírio diário, de querer refletir e resolver tudo aquilo que não está em harmonia em meu ser. Decidi dar um tempo ao meu coração e meus limites.Vou esquecê-los um pouco , de propósito mesmo, mesmo sabendo que não posso fugir deles.
Reconciliar os contrários todo o dia leva a uma neurose múltipla. O que eu quero mesmo é viver, sem querer buscar entender tudo aquilo que não compreendo. Vejo que preciso mergulhar mais nas perguntas e, assim, me deixar transformar por elas. Essa busca, por si só, já me leva a resignificar inúmeras dimensões de minha vida vivida, existenciada, historicizada, presentificada no tempo.
Sempre falei sobre autoconhecimento. Não há coisa mais urgente a se fazer , do que se compreender e ser perceber de uma nova forma. Mas hoje vejo que cada dia que passa me sinto mais longe de mim, não que isso seja ruim, pois me leva sempre a uma busca por mim em tudo que faço. Desvendar meus avessos, que utopia! Minhas motivações verdadeiras. Meus desejos mais profundos não manifestos. Quando saberei um pouco mais de mim para viver um pouco mais tranqüilo? Que bobagem esta reflexão! A vida é uma viagem que não permite ensaios, ela mesma é o ensaio e a apresentação. O tempo não pára. Preciso aprender a viver neste tempo. Aceitar a vida com suas agruras, dissabores, percalços, frustrações, desencontros, encontros, alegrias, felicidade, êxtase, quimeras, utopias...a vida tem tudo isso, difícil é harmonizar estas realidades em nosso existir.
Enquanto não aprendo a viver vou vivendo mesmo assim. Não há nada mais apaixonante do que saber que a cada dia eu posso atualizar potencialidades , viver uma nova aventura , ampliar minhas percepções sobre tudo o que me permeia, significar algo para alguém, ser útil a algum coração. Não abro mão desse meu direito que é inalienável: quero aprender viver vivendo. Se eu me permito errar quem são àqueles que irão me arrancar de mim?Quando faço escolhas eu me escolho.Minha identidade vai ganhando contornos e formas à medida que compreendo que preciso me responsabilizar pelo que faço de mim. A última decisão sobre mim é minha mesmo, não abro mão disso!
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