quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Não tenho nada que me prove a existência de Deus, mas mesmo assim Ele continua sendo o absoluto dos meus dias. Nunca choveu maná no quintal da minha casa e a imagem que tenho da Virgem Maria nunca derramou uma lágrima. O que tenho aqui é esta mão machucada, este dedo sangrando, este nó na garganta, este humano desconsolo, esta dor, esta cor e este olhar desconcertante de Deus, deixando-me sem jeito, ao dizer que me ama.

(Pe.Fábio de Melo)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Certas palavras podem dizer muitas coisas;
Certos olhares podem valer mais do que mil palavras;
Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora;
Certos gestos,parecem sinais guiando-nos pelo caminho;
Certos toques parecem estremecer todo nosso coração;
Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais...........

(Vinícius de Moraes)

Eu Sei Que Vou te Amar

Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Ausência
(Vinícius de Moraes)

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Esta bela canção consegue manifestar aquilo que trago em mim...sou hoje esta canção em cada palavra e verso.
Aquilo que sublinhei na canção...evidenciou-se em minha vida

Tocando em Frente


Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

(Almir Sater)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Essa vida tão improvável que nos é dada, cabe a nós não a desperdiçar. A vida não é um destino, é uma aventura. Ninguém escolheu nascer; ninguém vive sem escolher.

André Comte-Sponville

PARÁ GRAFO ! GRAFO , PÁRA! PARÁGRAFO(CAIO FÁBIO)

VIDA sem parágrafo é como TEXTO sem parágrafo, que é aquele que não pára a grafia nem quando se diz algo pára grafo, mas que, não se deixando parar, alonga a vaidade do dizer, não consentindo com a chegada da sabedoria do silencio, sempre mais pródiga em revelações do que as que viajam em muitas letras e palavras, sendo, por tal razão, o parágrafo uma necessidade do amor que deixa o outro pensar, e que, pensando no outro, pára, antes que o ato de grafar a vida seja inoportuno como o falar dos amigos de Jó, os quais, por falta de parágrafo existencial, não cessavam o que, em parando, traria a benção do parágrafo à alma grafada de Jó, e, certamente, também traria o descanso benditamente parágrafo que os espíritos dos amigos do patriarca sofredor careciam como cura para a hemorragia de seu falar sem parada, e, portanto, sem parágrafo, pois, a grafia de seus juízos não os deixava parar nem para respirar a benção de um parágrafo pulmonar, sem cuja benção, o cérebro não tem parágrafo para oxigenar-se, e, por tal razão, cria novos circuitos em si mesmo, os quais, sem que se note, produzem pontos seguidos, virgulas, ponto e virgula, hífens, e tudo mais na existência, menos um santo parágrafo, o qual é exorcizado inconscientemente também pela alma, pois, o que se teme é que o parágrafo ou pare a pessoa ou, em fazendo a pessoa parar, abra-lhe a horrível porta da constatação de que o parágrafo é tão evitado em razão do medo de que na quietude surja a revelação da verdade que não se quer saber ou escutar, a qual, em geral, só fala no silencio, no parágrafo, e, assim, não se apresenta como final nas virgulas da continuidade da mesmice do medo de ver, de decidir, de parar, de seguir depois de entender, ainda que o entender ponha um parágrafo em muita coisa em nossa existência sem parada para nada, ao mesmo tempo em que re-acentue muitas novas palavras em nosso ser, porém, apesar disso, sem deixar que as paradas dos bons parágrafos jamais deixem de acontecer de tempo em tempo, conforme a necessidade da frase ou do dizer da vida, com todos os seus necessários parágrafos, pois, em Cristo, o parágrafo é apenas amor por si mesmo e pelos outros, visto que agora todo parágrafo é apenas descanso, em razão de que o último Parágrafo já foi vencido, sendo esta a razão pela qual já passamos do parágrafo para o Paraíso, não havendo agora mais nenhuma razão para não parar, afinal, tudo já está feito, não havendo para mim outra coisa a fazer a não ser chamar agora um bendito parágrafo à existência — para o seu bem e para o meu também.

Um bom parágrafo para você.

A FÉ QUE MESMO NADA SABENDO NÃO SE ENGANA( CAIO FÁBIO)

A fé é certeza sem as certezas humanas.
Sim! A fé é a certeza contra as certezas!
A fé não precisa saber tudo. A fé sabe e confia em Quem tudo sabe!
A fé está aberta a tudo o que seja verdade e fato. Mas não se deixa condicionar por nada, pois o melhor conhecimento humano é sempre muito em parte, e, frequentemente, aquilo que hoje é inquestionável pelas certas-certezas humanas, amanhã se mostrará verdadeiro apenas em parte.
Einstein soube disso até morrer!
Ora, ele mesmo viu que verdades da Física eram sempre acrescidas de outras verdades contraditórias entre si, porém, inegáveis. Daí ele ter buscado a Teoria de Todas as Coisas, que seria a fórmula de conciliação de tudo.
Obviamente não conseguiu! Afinal, sem fé não se encontra tal fórmula.
A fé crê. A fé aceita o revelado. A fé transcende a tudo.
Por isso, quando não entende, o homem de fé entende que é normal não entender!
No entanto, a fé é baliza, é porta, é vereda, é rumo, é norte existencial.
Por isso, a fé não se confunde mesmo quando não sabe dizer a razão, pois na fé existe um tino de verdade que transcende as lógicas.
Por isso sem fé é impossível agradar a Deus, pois sem fé sobra apenas aquilo que agrada aos homens — ora, isso não é suficiente nem para a vida e menos ainda para a morte!
Assim, oro:
Senhor! Aumenta a minha fé!

domingo, 4 de janeiro de 2009

FELICIDADES ( DIEGO VAINER)

"Em nossas vidas, a voz de Deus fala devagar, uma sílaba de cada vez. Quando atingimos o auge de nossas vidas, dispersando algumas de nossas ilusões mais íntimas e aprendendo como soletrar, de trás para frente, o significado das experiências da vida, alguns de nós descobrem como as sílabas formam uma frase única".
Abraham Joshua Heschel

È natural querer desvendar a vida. Queremos respostas, não nos contentamos com o simples fato de estar-aí e viver. A angústia nos acomete quando respostas superficiais nos são dadas para questões tão fundamentais .
Engendramos sempre novos questionamentos, a cada resposta surgem inúmeros paradoxos. É bem verdade que conseguimos por um tempo ficar em nossa zona de conforto, deixando a vida passar, mas não por muito tempo.Sempre chega a hora em que os solilóquios acontecem e nos perguntamos se vale a pena a vida , se faz sentido estar aqui . Onde está o sentido das alegrias, lágrimas, agruras e trivialidades. Me satisfaz crer naquilo que Viktor Emile Frankl diz a respeito do sentido da vida: a auto-realização está na auto-transcendência, ou seja, a verdadeira felicidade está sempre em sair de si em direção ao outro, ninguém é feliz sozinho.
Assisti esses dias a um filme no qual o protagonista no final de sua jornada existencial disse: a felicidade só é real quando compartilhada.Lembro-me que Dalai Lama também disse: a felicidade está na busca, ou seja, a felicidade não é outra coisa senão o próprio caminho, não é a conquista de algo, mas o caminho percorrido.
Para Heschel , rabino que escreveu o trecho que usamos no começo deste texto, a vida tem um sentido, ela possui um significado que muitas vezes demoramos para compreender.O sentido é desvelado ao contemplarmos o avesso da vida e para isso é necessário a distância e um novo olhar. Olhar de quem se descontaminou do imediatismo que nos cerca; das respostas frívolas e superciais pautadas em um puro sentimentalismo hollywoodiano ;de cenas de novelas, enfim, de tudo aquilo que é fácil para se encontrar, que não requer o labor.
Acredito que nossa maior busca é por uma realidade chamada felicidade. Sei que não conseguiria defini-la, sei que a busco incessantemente, por isso faço minhas as palavras de Harold Kushner:

“Você não passa a ser feliz perseguindo a felicidade. Você se torna feliz vivendo uma vida que signifique alguma coisa.”

“Você não se torna feliz perseguindo a felicidade. Ela é sempre um subproduto, nunca um objetivo primário. È como uma borboleta, quanto mais você tenta alcançá-la, mais ela foge e se esconde. Mas se parar a perseguição, guardar sua rede e se ocupar com coisas diferentes, mais produtivas que a caça da felicidade pessoal , ela virá pelas suas costas e pousará no seu ombro.”

CAMINHOS E PARALELOS ( DIEGO VAINER)

Estabelecer comparações é próprio do homem. O que se foi? O que será?Não se consegue mais olhar a realidade que nos permeia, perde-se o hoje por um futuro incerto, pretéritos encarceram plenitudes. Nosso coração sempre fica a esmo de nós mesmos. Inexoravelmente nos coloca sempre numa atitude de busca. Quer projetar-se, transcender. A estagnação gera insanidade, pois somos seres à caminho, construímo-nos à medida que caminhamos.Encontrar-se é o desejo mais profundo , íntimo,essencial e fundamental de nossa existência, como diz o poeta “eu caçador de mim”.
Sempre estamos em busca de nós mesmos, queremos saber quando vamos nos encontrar, e se isso não for possível, ao menos ficar um pouco mais dentro de si. A tensão da vida quer nos tirar de nós mesmos, todavia só em nosso interior encontramos significado para todas as realidades externas.Este paradoxo da intersignificação é uma linha muito tênue do existir. Somente o encontro consigo mesmo faz com que a existência ganhe significado e sentido.
Quem já não enredou-se na loucura de tentar matematizar a existência, segurá-la nas mãos,encabrestá-la como se faz com o cavalo arisco? E experimentamos que no final ela sempre foge de nós, e quando se esvai leva consigo um pouco de nós e nos obriga a um novo começo.
Às vezes as forças são poucas para começar de novo, contudo é sempre nestes momentos que descobrimos que somos mais do que pensávamos ser.
Cada novo começo carrega consigo um novo olhar sobre si mesmo e pela vida. Arestas são aparadas, sentimentos tomam nova direção, o amor guarda-se um pouco mais no peito antes de se dar, todas as lágrimas ganham significado, nenhuma delas se perde no rio da vida.
Rir-se das próprias loucuras. Ter um passado para contar, seja ele bom ou ruim , significa que tentamos ser felizes, nos arriscamos frente às escolhas. No final das contas, o que não terá importância será o próprio final, mas o caminho que foi percorrido.
O amor que foi compartilhado sempre permanece. Aquele que foi dado inconsequentemente se perde, o que foi construído eterniza-se em corações. Sempre somos assaltados pelo imediatismo, não queremos construir, sendo assim ficamos sempre à margem da existência, bebendo das superficialidades e trivialidades de um cotidiano sem sentido e fugaz. Acredito que a vida não é uma brincadeira de mau gosto. Ela possui um sentido, e precisa ser vivida com amor, dores, lágrimas, com tudo aquilo que comporta em si, não perdendo nada, mas juntando todas as peças deste mosaico chamado existência.

ENCONTRAR-SE (DIEGO VAINER)

A desestabilização é uma constante em nossa existência. Somos seres de transcendência. O tempo e o espaço não conseguem nos encapsular em suas estruturas.
Parametrizar a existência é próprio do homem em seu processo de hominização. Ele não caminha de uma subjetividade para uma subjetividade, mas para uma objetividade.Procura a verdade. Quer entender e não apenas estar-aí. Muitos parâmetros se tornaram paradigmas, engessaram o intelecto humano levando-o assim a uma letargia epistemológica e também a uma patologia existencial. A pior morte é a ausência de vida, significado e identidade.Sobreviver não, existir sim.
Partir é sair de si. Toda tentativa de aniquilação do processo de feitura do homem, deve ser questionado e refutado. Aquilo que impede de ser não tem razão para continuar a ser. Escolhemos e somos frutos de escolhas. Nosso processo de construção não pode estagnar-se. O fechar-se em si mesmo leva a uma putrefação interior.
É próprio da estrutura na qual estamos inseridos, querer nulificar a liberdade humana .É sabido que o homem livre se constrói, refaz-se e resignifica-se a cada instante .Mas tal processo se materializa apenas na liberdade. Sentido e significado são realidades que acometem incessantemente o homem em sua realidade mais profunda. Quanto maior a intelecção destas verdades, maior será sua satisfação em relação a existência que se revela diante de seus olhos.
Encontrar-se na existência invariavelmente leva a uma intelecção mais profunda de um elemento antropológico que precisa ser abstraído, a identidade. Conhecer-se é processo de uma vida. Aventura mais bela de ser vivida. Desvelamento é próprio do processo de identificar-se no mundo, na história, consigo mesmo e com os outros. Qual é o meu lugar em mim? No outro? No mundo? O conhecimento da própria identidade leva o presente a presentificação, o significado a significação, o eu a realização e satisfação existencial. Estar todo inteiro em si mesmo é uma luta. Muitas vezes perdemos nosso horizonte de sentido e ficamos perdidos no mar da vida, sendo jogados pelos ventos das circunstâncias.
Qual o significado dos significados em nossa vida? Por que preciso intelectualizar e não apenas aventurar? Caminhar ao invés de filosofar? Mergulhar no mistério ao invés de entendê-lo?
Decidir por acreditar naquilo que enche minha vida de sentido é optar pela felicidade, mesmo que não explicada segundo as categorias que satisfazem o intelecto, mas deixam no ser o deixar esperar.

UTOPIAR-SE (DIEGO VAINER)

É proibido pensar. Parece que este é o slogam da contemporaneidade. Fala-se de liberdade mas vive-se em ditaduras. Quero aqui entender ditadura como ação coercitiva que enquadra o indivíduo não apenas em cárceres físicos, mas também intelectuais; acredito que a escravidão intelectual é a mais devastadora.
Nascem hoje inúmeras ditaduras que visão encarcerar o homem, sejam elas de caráter ético-moral, sócio-econômico, estético .Vive-se de forma inconsciente, num mar de ideologias sem fim.Não existem mais utopias que visem a libertação do homem, se bem que o homem não se conscientizou ainda de suas escravidões. As ideologias o tragaram de tal forma, que sua inconsciência levará tempo para ser clarificada.
“O homem é a medida de todas as coisas”, assim dizia o sofista Protágoras. O homem é o legislador de si mesmo. Não há verdades absolutas e eternas. Uma vez que mensuramos a realidade por esse viés relativista, estaremos partindo de uma subjetividade para uma outra subjetividade. Penso que não deva ser assim, precisamos buscar uma objetividade. Não basta apenas quebrar paradigmas, necessário é mostrar direções, caminhos, estradas para se iniciar uma nova jornada. A crítica é sempre positiva, pois nos leva e reflexão. Contudo se não apontarmos horizontes continuaremos estagnados em nosso peregrinar rumo à libertação.
A sociedade pós-moderna perdeu-se em seus relativismos. Não existem mais parâmetros, limites, ordem. As elucubrações lógico-racionais já não significam nada para o homem pós-moderno. Pensar dói. Refletir sobre os próprios pensamentos, rever conceitos , valores, atitudes e posturas é muito laborioso para o homem que se acostumou com as respostas prontas, o imediatismo imbecilizador em detrimento da reflexão exaustiva é a preferência da massa.
Autonomia intelectual é uma quimera em nossos tempos, mas acredito firmemente que só a mesma poderá nos ajudar a sairmos de nossa minoridade existencial, em todas as suas dimensões. Temos delegado aos meios de comunicação de massa, instituições, pessoas e a tantos outros organismos o nosso direito de pensar.
“Não escolher é escolher”.Todas às vezes que nos permitimos ficar parasitando em um senso comum que não colabora em nada para uma mudança efetiva em nossa sociedade, escolhemos o fracasso da mesma.Calar é consentir já diz o ditado popular.Nosso silêncio sepulcral é o aval que damos aqueles que querem perpetuar seus autoritarismos e arbitrariedades.Devemos aguçar o senso crítico inerente em nós. Não se pode ter medo de pensar, desestabilizar-se, resignificar-se. Reinterpretar todas as dimensões da vida é próprio do verdadeiro homem que deseja ver mudanças efetivas em sua realidade.
“Não é pecado, mas também não tem perdão”, assim disse o poeta. Resignar-se significa prostrar-se. Ensimesmar-se é próprio daquele que ainda não entendeu que estamos todos juntos neste mesmo mar da vida. Voltemos a ser utópicos como Martin Luther King, Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros que acreditaram num mundo melhor. A utopia leva a quebra de paradigmas, novos horizontes. Não podemos ter medo de sonhar. Que a dura realidade não aborte nossos ideais.É possível um novo mundo.Só transformaremos, transformando-nos.
LUTAMOS COM DEUS ( Ed René)

Lutamos com Deus porque não queremos permitir que Ele transforme nossos corações e mentes. Lutamos com Deus porque nos recusamos a mudar.
Lutamos com Deus porque queremos os favores de Deus e ao mesmo tempo queremos permanecer as mesmas pessoas que sempre fomos, agarradas aos mesmos vícios, padrões de pensamento, idéias fixas, comportamentos maléficos e sentimentos mesquinhos.
Lutamos com Deus como quem diz “anda logo, responda a minha oração, atenda os meus anseios e não se meta na minha vida”.
Lutamos com Deus porque queremos impor sobre Ele nossa vontade, em vez de nos submetermos à sua vontade, que é sempre boa , perfeita e agradável

sábado, 3 de janeiro de 2009

Músicas que são poemas

Soneto de separação
(Vinicíus de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente





Amor pra recomeçar

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Eu te desejo, muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar

Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo o dono de quem

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Eu desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PERMISSÃO ( DIEGO VAINER)

Me permito:
Amar e odiar ...
Acertar e errar...
Começar e recomeçar quantas vezes for necessário...
Sorrir e chorar...
Ter e esperar...
Perder pra ganhar...
Ficar só e perder-se em corações...
Presentificar o presente...
Conviver com as perguntas enquanto não possuo as respostas...
Viver intensamente...
Viver minhas crises em paz...
Dizer o que sinto por mais que os sentimentos sejam transfigurados depois...
Encarar o novo...
Ser insano e paradoxal às vezes...
Sou o que sou porque fui o que fui, como diz o poeta: “sou a melhor versão de mim mesmo hoje”

( Autor : Eu mesmo...com minhas inquietudes e incompletudes...caminhos e descaminhos...eu sou assim)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

FIQUE NA SUA E FIQUE EM DEUS (CAIO FÁBIO)

Jesus sentia tudo, exatamente como eu e você. Sentia tudo o que um humano sente, de sede e fome a todas as demais necessidades. Tinha carência diária de se recolher para defecar, urinar, dormir e ficar só. Preferia algumas companhias a outras quando se tratava de relaxar ou de resolver algo sério. Quando carente, tentado e ameaçado, gostava da companhia dos amigos, e até implorava que eles vigiassem com Ele em Sua agonia de alma. Gostava de ser gostado e sofria quando não era entendido. Cansava-se da burrice dos que o seguiam; especialmente das briguinhas de moleques dos discípulos; sempre discutindo quem era o maior, o melhor, o mais elevado, o mais fiel, o mais presente, o mais disposto a morrer por Jesus. Quando cansado, dormia, ainda que em meio a uma tempestade. Na exaustão, manda que não digam onde Ele está, pede para fecharem a porta e manterem os curiosos distantes, até que uma siro-fenícia interrompa o descanso. Oprimido pelas multidões pede que deixem sempre um barquinho a postos, pois, quando as multidões ficavam querendo “pegar” Nele, Ele mesmo se retirava e pregava de dentro do barco, deixando o povo na praia apenas ouvindo. Suspirava de tristeza pela lerdeza de entendimento dos que andavam com Ele e sabia que a fidelidade deles era frágil. Amava a todos; e mostrava Seu amor conforme a pessoa precisasse receber amor: amor que acolhe, amor que não acolhe; amor que adverte, amor que afaga; amor que confronta, amor que consola; amor que profetiza a destruição, amor que afirma a restauração; amor que ama até os que Ele mesmo chama de “porcos”, amor pelos que Ele chama de amigos. E mais: apesar de sentir tudo, não deixava que os Seus sentimentos comandassem nada! Ele se dirigia e não consentia que ninguém mudasse Seu caminho. Sofria as pressões do amor que pretendia adiantar as coisas para Ele, mas não cedia a tais tentativas bem intencionadas. Sofria a rejeição, mas não rejeitava como resposta e conseqüência. Sofria a calunia, mas, Ele mesmo, nada dizia. Até na Hora de Morrer a Hora é Dele e de mais ninguém. Sim! Ele vai morrer e ninguém o leva antes da hora. Antes da hora, Ele foge, se esconde, evita o encontro, não vai a Jerusalém. Assim, Jesus ensina que a vida de um homem deve ser dele e não dos outros homens; pois, até para amar aos demais homens, tenho que ser livre das impressões boas ou más pelas quais eles possam ter o poder de falsificar a simplicidade e propriedade do amor. Minha maior busca em 2009 é acerca dessa possibilidade de vida que seja minha em Deus, doada aos demais em amor, não por demanda ou opressão. E mais: peço a Jesus que me ajude a não mais me deixar desviar nem um segundo pelas opiniões ou tentavas diárias que me fazem de me desviar da rota emocional e espiritual. Ora, sinto que pela bondade de Deus cresci muito nesta área no ano que passou, e, hoje, no 1º dia de 2009, renovo o meu desejo e decisão diante de Deus de fazer convergir todas as minhas energias na direção do caminho inalterado, e que me foi e é ensinado por Jesus, meu Senhor e único Guru e Mestre. “Bem-aventurado o homem que passando pelo vale árido faz dele um lugar de fontes. De bencãos o cobre as primeiras chuvas” (Salmo 84). Um ano de Paz e de muito Auto-Controle sobre mim, sobre você e sobre todos os que amam a vida segundo o amor em Jesus. Nele, que seguiu sempre o Seu próprio Caminho de paz e vida,
Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.

Fernando Pessoa
Viver a fé cristã é viver a inconformidade.
Viver a fé cristã é se opor ao inexorável.
Viver a fé cristã é negar o inevitável.
Viver a fé cristã é redesenhar o futuro.

(Ricardo Gondim)